O complemento nominal é um termo integrante da oração, cuja função é completar o sentido de um nome [geralmente substantivos, mas também adjetivos ou até advérbios]. É acompanhado de preposição e não deve ser confundido com complementos verbais nem com adjuntos adnominais.
Leia também: Como diferenciar o sujeito do vocativo?
Resumo sobre complemento nominal
- É um dos termos integrantes da oração.
- Acompanha uma classe de nomes, geralmente substantivos [especialmente os substantivos abstratos], adjetivos ou advérbios.
- Destaca-se por estar acompanhado de uma preposição, que liga o complemento nominal ao termo complementado por ele.
- Tem a função de completar o sentido de um substantivo, adjetivo ou advérbio.
- Difere-se do complemento verbal, cuja função é completar o sentido de um verbo.
- Difere-se do adjunto adnominal, cuja função é acompanhar um nome para especificá-lo. Todavia, o adjunto adnominal é um termo acessório, ou seja, não é indispensável como o complemento nominal.
Videoaula sobre complemento nominal
O que é complemento nominal?
O complemento nominal é um termo integrante da oração, ou seja, é um termo que, quando se faz presente no enunciado, é essencial para o seu entendimento, não podendo ser dispensado.
Como o próprio nome já indica, a função do complemento nominal é complementar o sentido de um nome, ou seja, de um substantivo, geralmente abstrato. O complemento nominal também pode completar o sentido de adjetivos ou de advérbios. Vejamos alguns exemplos:
- O barulho dos vizinhos me incomoda.
- O horário da reunião é sempre o mesmo.
- Eu tenho orgulho de mim mesmo.
- Você vive alheio a tudo.
- Ela é alérgica à lactose.
Como identificar o complemento nominal na oração?
O complemento nominal costuma vir após o termo complementado por ele.
Além disso, o complemento nominal vem acompanhado de uma preposição, que faz a ponte entre o termo complementado e o próprio complemento. As preposições mais comuns que aparecem nesses casos são “de”, “a”, “em”, “com” e “por”, mas há outras possibilidades.
É bastante comum que o complemento nominal esteja completando o sentido de substantivos abstratos, embora não se limite a eles.
Observe mais alguns exemplos a seguir, e note quando algumas dessas características se repetem e quando há exceções:
- O atraso do ônibus nos prejudicou.
- A fé na conquista fez você chegar lá!
- Moramos perto da igreja.
- Exercitar-se regularmente faz bem à saúde.
- Fico feliz com a sua felicidade.
Veja também: Quais são as funções sintáticas possíveis para o substantivo?
Diferença entre complemento nominal e adjunto adnominal
O complemento nominal é um termo integrante da oração que se liga, por meio de preposição, a um nome para completar seu sentido, trazendo uma informação relevante e necessária para o enunciado.
O adjunto adnominal é um termo acessório da oração que acompanha um nome [não necessariamente com preposição], para especificá-lo ou modificá-lo. Em alguns casos, o adjunto adnominal não é estritamente necessário para que a oração seja entendida.
Complemento nominal:
O passeio de Rita foi demorado.
Adjunto adnominal:
O longo passeio fez muito bem.
Diferença entre complemento nominal e complemento verbal
O complemento nominal completa o sentido de nomes [substantivos, adjetivos, advérbios], estando ligado a eles por meio de uma preposição.
O complemento verbal completa o sentido de verbos. Pode ou não estar acompanhado de preposição, a depender da regência do verbo que acompanha:
- Se não houver preposição, será chamado de objeto direto.
- Se houver preposição, será chamado de objeto indireto.
Complemento nominal:
O passeio de Rita foi demorado.
Complemento verbal:
Rita saiu para passear.
Os termos integrantes da oração
A oração é composta de alguns termos, chamados termos integrantes, cuja função é complementar o sentido dos termos essenciais da oração [o sujeito e o predicado]. São eles:
- Complemento nominal: completa o sentido de nomes.
Ex.: A limpeza de Hélio foi excelente!
- Complemento verbal: completa o sentido de verbos.
Ex.: Hélio limpou a casa.
- Agente da passiva: termo que indica quem praticou a ação, mas usando a voz passiva no enunciado.
Ex.: A casa foi limpa por Hélio.
Atenção! Alguns gramáticos consideram o agente da passiva um termo acessório da oração, e não um termo integrante.
Exercícios resolvidos sobre complemento nominal
Questão 1 - [FGV - adaptada]
O termo sublinhado que desempenha uma função diferente da dos demais, é
A] patentes de medicamentos.
B] desenvolvimento dos medicamentos.
C] lançamento comercial do produto.
D] distribuição de medicamentos.
E] tratamento do câncer.
Resolução
Alternativa A. Além de “patentes” não ser um substantivo abstrato [já que se trata de “certificados”], o termo “de medicamentos” indica posse, sendo, portanto, um adjunto adnominal. Nas demais alternativas, os termos grifados são complementos nominais, dado que completam o sentido de substantivos abstratos.
Questão 2 - [Acep – adaptada]
No sintagma “Como exemplo da necessidade de intervenção governamental”, encontram-se:
A] dois complementos nominais e um adjunto adnominal.
B] dois objetos indiretos e um adjunto adnominal.
C] um complemento nominal e dois adjuntos adnominais.
D] um objeto indireto e dois adjuntos adnominais.
E] um adjunto adnominal, um complemento nominal e um adjunto adverbial.
Resolução
Alternativa A. O termo “da necessidade” é complemento nominal do substantivo “exemplo”, e o termo “de intervenção” é complemento do substantivo “necessidade”. O adjetivo “governamental” é adjunto adnominal de “intervenção”.
Por Guilherme Viana
Professor de Gramática
Analisando o significado do verbo em destaque nas orações abaixo:
[1] Todos assistiram ao filme de Elizabeth Taylor.
[2] O advogado apresentou os benefícios que me assistiam.
[3] A mãe assistia o/ao filho no hospital.
Percebe-se que, em cada um dos casos, há uma diferença entre os significados expressos pelo verbo. Em [1], o verbo “assistir” possui o sentido de “presenciar”, “estar presente”; em [2], o sentido expresso é “caber razão/direito a alguém”; e, em [3], é de “prestar assistência”, “ajudar”, “socorrer”. Além disso, podemos notar que, em [1] e [3], o verbo assume uma transitividade indireta e uma direta/indireta, respectivamente.
Para que possamos compreender melhor essa atitude do verbo “assistir”, precisamos retomar o conceito de regência. A regência verbal é a ligação do verbo com o seu complemento e pode ser estabelecida diretamente [sem o auxílio da preposição intermediária, quando o complemento é o objeto direto] ou indiretamente [com o auxílio da preposição intermediária, quando o complemento é um objeto indireto]. Assim, temos que:
-
O verbo “assistir” será transitivo indireto quando significar “presenciar”, “estar presente”, necessitando de um objeto indireto.
Exemplo:
Todos assistiram ao filme de Elizabeth Taylor.
Se interrompermos a oração no verbo, veja o que ocorre:
Todos assistiram… [A quê?]
Note que o verbo necessitará de um complemento e que haverá a presença de uma preposição entre ele e o objeto indireto:
Todos assistiram ao filme de Elizabeth Taylor.
Assim, nesse caso, a regência do verbo é indireta, ou seja, a transitividade verbal é indireta.
-
O verbo “assistir” será também transitivo indireto quando significar “caber direito/razão a alguém”.
Exemplo:
O advogado apresentou os benefícios que me assistiam.
Observe agora a ausência da preposição antes do objeto indireto. Isso ocorre porque, nesse caso, o complemento verbal está expresso por um pronome oblíquo, mas o verbo ainda possui uma regência indireta, ou seja, é transitivo indireto.
-
O verbo “assistir” será usado indiferentemente como transitivo direto ou indireto quando empregado no sentido de “ajustar”, “prestar assistência”, “socorrer”.
Exemplo:
A mãe assistia o filho no hospital.
ou
A mãe assistia ao filho no hospital.
Por Mariana Rigonatto
Graduada em Letras