Surdos ocupando cargos de menos destaque, como de empacotador de mercado ou na produção de empresas.

A Lei Brasileira de Inclusão 13146, de 2015, foi criada para garantir a igualdade, exercício dos direitos e das liberdades fundamentais pela pessoa com deficiência com o objetivo de promover a cidadania e sociabilidade. Assim, cada vez mais, indivíduos com alguma deficiência, como pessoas surdas no mercado de trabalho, devem se tornar cada vez mais comuns.

Essa lei determina que as empresas, com mais de 100 empregados, tenham de 2% a 5% de pessoas com deficiência em seu quadro de funcionários.  

Assim, considera-se pessoa com deficiência, o indivíduo que tem restrição ou impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que pode dificultar sua participação plena e efetiva na sociedade. Dentro desse grupo, existem as pessoas surdas, que segundo o último censo do IBGE, correspondem a mais de 2 milhões de pessoas com deficiência auditiva severa, dos quais 344 mil são completamente surdos.

Mesmo a lei garantindo a inclusão de pessoas surdas no mercado de trabalho, a dificuldade que se observa está na forma como as empresas percebem e lidam com a presença de uma pessoa surda em seu corpo de funcionários e colaboradores.

Então, se você é responsável pela seleção de pessoas surdas à empresa onde trabalha, continue lendo este texto, pois ele vai apresentar os desafios e dicas de como envolver esse público nas ações e rotina do empreendimento de forma mais integrada e efetiva, não apenas como cumprimento de cota. Leia o artigo!

Desafios da pessoa surda no mercado de trabalho

Além da dificuldade de inclusão, porque a maioria das empresas só contrata o percentual obrigatório pela lei, há também dificuldades quando estas pessoas conseguem se colocar no mercado de trabalho, porque não há preparo da empresa para receber adequadamente este profissional, assim ele vive uma realidade de trabalho com:

  1. Preconceito praticado por outros colegas de trabalho pela própria falta de ações da empresa na inclusão desses sujeitos que resulta em exclusão social, uma vez que a comunicação da pessoa surda com os demais acaba sendo bastante limitada.
  1. Pouco crescimento profissional, uma vez que as empresas não se esforçam em oferecer para esse funcionário um programa de capacitação e progressão de carreira. Assim, eles ficam fadados a ocupar o mesmo cargo durante todo o período que passa na empresa.
  1. Ocupação de cargos subordinados, pois não recebem confiança da empresa para que ocupem cargos mais gerenciais, o que corrobora o segundo item que é a falta de perspectiva profissional dentro da empresa.
  1. Falta de qualificação profissional posto que a sociedade de modo geral não cria oportunidades para que pessoas surdas possam se qualificar para disputar uma vaga no mercado de trabalho. Assim, escolas e universidades também não possuem medidas de inclusivas efetivas que dêem condições da pessoa surda profissionalizar-se de maneira adequada, o que leva muitos deles a empregos informais. 
  1. Falta de autonomia na função, pois a ausência de tecnologias assistivas impedem que o profissional execute suas tarefas sozinho.

Como incluir pessoas surdas na cultura organizacional?

As ações inclusivas devem exceder a contratação de pessoas surdas pela cota e integrar, de fato, essas pessoas na rotina e cultura organizacional. Para alcançar esse objetivo, podem ser tomadas as seguintes iniciativas:

  • Treinamento de toda a equipe para promover um melhor relacionamento entre funcionários surdos e ouvintes;
  • Presença de um intérprete de libras em todo evento que a empresa promova com seus funcionários, seja treinamento, reunião, confraternização.
  • Adoção de ferramentas que facilitem a interpretação dos sinais no dia a dia e permitam que os funcionários se comuniquem sem dificuldade uns com os outros.
  • Adaptação da estrutura e ferramentas de trabalho, como tecnologias assistivas, para que o funcionário possa desempenhar sua função sem dificuldade
  • Fomentar e estimular os colaboradores ouvintes a aprenderem Libras.

Cabe ressaltar que a não promoção de medidas inclusivas à pessoa com deficiência configura ação discriminatória e excludente e pode incorrer em multa de até dez vezes o salário da pessoa surda.

Mais oportunidades para a empresa promovem pessoas surdas no mercado de trabalho

Incluir de forma efetiva e orgânica pessoas surdas no mercado de trabalho e na sua estrutura organizacional, posiciona a empresa como um negócio que é a favor e que pratica a diversidade social em seu ambiente, reconhecendo a pessoa surda como uma pessoa plenamente capaz de exercer atividades na empresa.

De outro lado, o ambiente de trabalho inclusivo e diversificado, que respeita e valoriza seus funcionários,  motiva-os na execução de suas atividades, potencializando a produtividade e o alcance dos resultados esperados. 

A empresa consegue evitar ainda a alta rotatividade de pessoas surdas, por falta de adequação, criando protocolos específicos de acompanhamento desde o processo de seleção à inclusão propriamente na empresa.

Em resumo

Como vimos, as pessoas surdas enfrentam dificuldades de várias origens na sua inserção no mercado de trabalho, desde a qualificação até a inclusão propriamente. Quando conseguem, enfrentam novos desafios que é o de se adaptar a um local em que ele é minoria, quando não único.

Desse modo, é dever da empresa implantar permanentemente ações inclusivas que melhorem a relação entre seus funcionários ouvintes e surdos, bem como adotar ferramentas que dêem a autonomia necessária para que a pessoa surda execute seu trabalho adequadamente.

Por fim, é preciso haver uma conscientização de que a pessoa surda é capaz de assumir responsabilidades na empresa e não ser tratada de forma capacitista, sendo mantida no emprego apenas por uma questão legal e obrigatória.

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  • TonyWeber
  • há 11 meses
  • Ed. Moral
  • 76

muitos foram os avanços conquistados, exceto: O A inserção da disciplina nos cursos de formação de professores O A oferta e o aumento de procura por cursos na área. Os espaços ocupados por surdos que antes eram destinados ao Hoje se ouve falar de surdos na faculdade, no mestrado e no do Surdos ocupando cargos de menos destaque, como de empacotador de mercado ou na producao de empresa

  • Aryanemendes
  • há 10 meses
  • Enem
  • 1214

Com o reconhecimento da língua brasileira de sinais como forma de comunicação da comunidade surda, muitos foram os avanços conquistados, exceto: a inserção da disciplina nos cursos de formação de professores e de fonoaudiologia. A oferta e o aumento de procura por cursos na área. Os espaços ocupados por surdos que antes eram destinados apenas a ouvintes. Hoje se ouve falar de surdos na faculdade, no mestrado e no doutorado. Surdos ocupando cargos de menos destaque, como de empacotador de mercado ou na produção de empresas.

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Ed. Moral, 25.03.2014 05:16

Otexto extraído da bbc brasil, que se intitula brasil avança, mas fica em 8º em ranking de democracia na américa latina, de albert steinberger, apresenta considerações sobre o índice compilado levando em conta 80 indicadores de órgãos internacionais relacionados à democracia, incluindo indicadores associados ao que define como "democracia do cidadão". este documento mede o grau de liberdades civis e direitos políticos, e "democracia das instituições", associados à construção de sistemas institucionais e políticos mais fortes. segundo o índice, o brasil avançou, mas permaneceu na oitava posição entre 18 países da américa latina analisados em um índice de desenvolvimento democrático da região em 2013, recebendo elogios por reagir à corrupção, mas críticas por causa de seu nível de violência. neste sentido, o termo violência possui várias concepções. abaixo serão apresentados alguns conceitos e considerações para leitura e reflexão.1. a organização mundial da saúde (oms) define como violência o uso intencional da força física, poder, real ou sob forma de ameaça contra si, contra outra pessoa, grupo ou comunidade, que resulte ou tenha grande possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação de liberdade (who, 2002). 2. segundo durkheim (1966), a violência é definida como um sintoma de funcionamento ineficiente das instituições sociais, nos processos de socialização e em relação às normas sociais e jurídicas vigentes em dada sociedade. 3. arendt (1990) considera que pensador algum deveria ser alheio ao imenso papel que a violência sempre desempenhou nos assuntos humanos, e fica surpresa com quão pouco esse fenômeno é interrogado e investigado pelos cientistas. ainda relata em seus estudos que a violência tem caráter instrumental, ou seja, é um meio que necessita de orientação e justificação dos fins que persegue. 4. souza (1993) ressalta que, historicamente, a violência foi mais comumente identificada como criminalidade e, por isso, quase que objeto de reflexão exclusiva das ciências jurídicas. só mais recentemente ela passou a ser incorporada de maneira mais sistemática por outras áreas do conhecimento. tendo como parâmetro a leitura sobre os conceitos e as considerações acerca da violência, selecione um deles e produza um parágrafo, fundamentando a crítica de que o brasil é um país violento quando se refere ao estado democrático e às respostas às manifestações sociais, realizadas em 2013.

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