O que Benito Mussolini defendia

Entre 1922 e 1924, Benito Mussolini governou de forma conciliatória, não se sobrepondo ao poder do rei Vítor Emanuel 3º, o que não agradou a muitos dos membros do Partido Nacional Fascista, que queriam a instalação de uma ditadura. Mas aos poucos Mussolini foi organizando um governo paralelo.

Em janeiro de 1923, as milícias fascistas foram transformadas na Milícia Voluntária de Segurança Nacional. Ao mesmo tempo se formou o Grande Conselho Fascista, que se reunia às escondidas, com o objetivo de formular as diretrizes políticas para os membros do PNF que aos poucos iam assumindo cargos no governo. Tanto a MVSN quanto o Grande Conselho ficavam sob ordens diretas de Mussolini.

Em 1924 ocorreram eleições parlamentares na Itália, depois de uma ampla reforma eleitoral que privilegiava os interesses do PNF. Em meio a espancamentos e fraudes, os fascistas e seus aliados conseguiram 2/3 das cadeiras do Parlamento.

Numa das primeiras sessões do novo Congresso, em maio de 1924, o deputado socialista Giacomo Matteotti fez um discurso apresentando provas das inúmeras fraudes durante as eleições, exigindo sua anulação. Poucos dias depois, Matteotti foi sequestrado e somente em agosto seu cadáver foi encontrado.

Violência

Diversos grupos antifascistas lançaram manifestos culpando Mussolini pelo assassinato do deputado Matteotti, o que só fez aumentar a violência das milícias fascistas, que aproveitavam da situação para pressionar o governo a acelerar a implantação da ditadura.

Em janeiro de 1925, Mussolini discursou diante da Câmara dos Deputados, assumindo a responsabilidade por todos os acontecimentos passados, sem especificar quais, e desafiando seus adversários. Ninguém se manifestou.

Entre 1925 e 1926, com o apoio do rei, dos industriais, do Exército e da Marinha, Mussolini promoveu uma ampla perseguição política, impondo o PNF como partido único, e iniciando a ditadura fascista, em que ele era o Duce [o guia] da nova fase política italiana.

A ditadura

A partir de 1925 a economia passou a ser firmemente controlada pelo Estado, com o apoio dos capitalistas italianos. Os prefeitos das cidades passaram a ser nomeados pelo rei, por indicação de Mussolini. A censura foi ampliada: a educação, as artes, os esportes, as rádios, o cinema e, até mesmo, o lazer da população seguiam as orientações fascistas. Foi criado o Tribunal Especial de Defesa do Estado, responsável pelo julgamento de "crimes" políticos, sendo juízes os oficiais da MVSN.

A filiação ao PNF era quase uma obrigatoriedade entre os italianos, pois só assim se poderia prestar concursos públicos, ter livre passagem entre as várias regiões ou exercer qualquer cargo no funcionalismo público. A sigla do partido fascista, PNF, era explicada comicamente, no humor popular como "Per necessitá familiare" [Por necessidade familiar].

Em abril de 1926 uma nova legislação trabalhista foi criada: patrões e empregados deveriam participar das 22 corporações organizadas pelo Estado, a fim de resolver seus embates dentro das leis impostas. Em cada corporação, empresários e empregados tinham o mesmo direito, o problema era que os primeiros apoiavam o fascismo e os segundos eram representados por sindicatos fascistas, os únicos que tinham permissão para participar das corporações.

A negociação de fato não acontecia, mas era uma tentativa de suprimir a luta de classes através do modelo corporativista fascista. Dessa forma Mussolini pretendia aniquilar as organizações trabalhistas e, ao mesmo tempo, aumentar o poder do Estado sobre as relações sociais. Mesmo não resolvendo as questões trabalhistas, o modelo corporativista era usado como propaganda de uma nova sociedade que o fascismo se propunha a construir.

Tal centralização política se intensificou quando o Grande Conselho Fascista foi oficializado em 1928, pois na prática incorporava os poderes legislativo e judiciário.

Tratado de Latrão [1929]

As relações políticas entre a Igreja Romana e o Estado Italiano não foram fáceis desde o processo de unificação da Itália no século 19, principalmente por que o papado não aceitava perder o poder político sobre os antigos Estados Pontifícios.

Na perspectiva de resolver tal dilema e, ao mesmo tempo, ganhar o apoio dos católicos, Mussolini assinou com o papa Pio 11 três acordos, que ficaram conhecidos como Tratado de Latrão:

1. A Santa Sé teria sua soberania política dentro do Estado do Vaticano, ao mesmo tempo que reconheceria o Estado Italiano;

2. A Itália indenizaria o Vaticano pelos danos causados durante as guerras de unificação;

3. A religião católica seria a religião oficial do Estado Italiano, sendo ensinada obrigatoriamente em todas as escolas.

Apesar das inúmeras medidas centralizadoras de Mussolini, o Estado Totalitário não se implantou efetivamente na Itália, pois a monarquia foi mantida, garantindo ao Rei Vitor Emanuel 3º parte do poder, ao mesmo tempo em que, a Igreja Católica, depois do Tratado de Latrão, passou a ter maior participação no cenário internacional e, também, na educação e na cultura italiana.

Quando o modelo fascista iniciou seu declínio durante a Segunda Guerra Mundial, tanto a Igreja quanto a monarquia, buscando manter seus privilégios, agiram de forma decisiva para tirar Mussolini do poder.

Mussolini foi político e líder do Partido Fascista. Atuou na Primeira e Segunda Guerra Mundial, além de escrever para o jornal Avanti!

Quem é acostumado a mergulhar em livros de história com certeza já deve ter visto o nome Benito Mussolini. Mais  conhecido pelo último nome, Mussolini foi o líder da Itália entre os anos de 1883 e 1945, quando então foi preso durante a Segunda Gerra Mundial.

Mussolini foi o responsável por criar o famoso movimento fascista, dando origem ao Partido Nacional Fascista. Dessa forma, o italiano foi o primeiro à chegar ao poder tendo ideias totalitárias.

O Dulce, como também era chamado, obrigava a população italiana a obediência máxima, fazendo cada indivíduo seguir suas vontades. Logo, acreditava que tendo o controle absoluto poderia levar todos ao “triunfo da Itália”.

As ideias radicais de dominação serviram de modelo para outros líderes da época, em países diferentes. Como exemplo, na Espanha, Francisco Franco; Adolf Hitler, na Alemanha e Getúlio Vargas, no Brasil.

Fonte: Aventuras na História

Mussolini: vida política e Primeira Guerra Mundial

A Itália do século XX passava por diversos conflitos, principalmente ideológicos. Assim, ideais comunistas, sindicalismo radical, socialismo, anarquismo entre outras correntes começavam a entrar em discussão.

Dessa forma, foi nessa época que Mussolini começou os primeiros passos na política, sendo parte do Partido Socialista Italiano. Na época, o italiano escrevia para o jornal do partido, o Avanti!

Mussolini defendia ideais e queria colocá-los no jornal. Dessa forma, em 1914 quando a Primeira Gerra Mundial teve início, o italiano apoiava que o Reino da Itália entrasse na Guerra.

Logo, pelos pensamentos que convergiam seus ideais ele saiu do jornal. Assim, fundou o Il Popolo d’Italia [O Povo da Itália], um jornal produzido por Mussolini.

Fonte: Slate

Por consequência, após algumas edições do jornal, Mussolini começou a alterar as ideias socialistas. Logo, o socialismo se tornou nacionalista e coletivista caracterizando o fascismo.

Dessa maneira, durante a Primeira Gerra Mundial, Mussolini se alistou no Exército com o objetivo de lutar pelo seu país contra a Alemanha e o Império Austro-húngaro, obtendo assim a posição de Sargento.

Ao final da guera, que deixou vários países desolados, Mussolini se uniu à diferentes grupos de pessoas: operários, camponeses, profissionais liberais, militares. Assim, formaram, em 1919, o que ficou conhecido como Fasci Italiani di Combattimento.

O Fasci Italiani di Combattimento

O Fasci Italiani di Combattimento, no português Grupo de Combate, foi o primeiro grupo criado no Partido Fascista. Em síntese, o grupo defendia ideais como a anulação do Senado, uma nova Constituição e o controle feito por técnicos e operários nas fábricas.

Mussolini apoiou conflitos que se iniciavam, além de sugerir aos companheiros a criação de uma frente comum contra os patrões e os trabalhadores. Porém, as ideias não foram aceitas.

Em síntese, Mussolini causava preocupação nos burgueses ao falar sobre as ideias comunistas. Dessa maneira, conseguiu o apoio de grande parte da população ao Partido Fascista.

Fonte: Outras Palavras

Visto isso, após dois anos de existência, em 1921, os Fasci di Combatimento se tornaram o Partido Nacional Fascista, quando Mussolini chegou ao parlamento.

Mussolini também era chamado de Duce, condutor supremo da Itália. Porém, vale ressaltar que a caminhada até o poder foi feita por fraude. Assim, em 1922 os chamados “camisas-negras” tinham o intuito de tomar o poder em Roma. Assim, a ação ficou conhecida como Marcha sobre Roma.

Porém, após pressionar o rei Víctor Emanuel III, Mussolini conseguiu assumir o cargo de primeiro-ministro. As ações eram disfarçadas para que suspeitas não fossem levantadas. Assim, o novo primeiro-ministro comandava sem o consentimento da população, mantendo as aparência de monarquia parlamentarista.

O Partido Fascista ainda foi responsável por formular uma eleição falsa e, assim chegar ao poder, se tornando a maioria dentro do parlamento. Porém, a fraude foi revelada pelo socialista Giacomo Matteotti, que acabou sendo assassinado após a denuncia. Logo após, Mussolili se tornou o condutor supremo da Itália, o Duce. 

Segunda Guerra Mundial e a queda do ditador

Após a Primeira Guerra Mundial [1914-1918] Duce firmou parceria com Adolf Hitler, ditador da Alemanha, que comandava o partido nazista. Nesse sentido, agregou ao território italiano parte do território da Iugoslávia.

Na época, o Império Japonês se uniu à Hitler e ao ditador fascista, formando o chamado Eixo Roma-Berlim-Tóquio. Porém, as coisas não aconteceram como Mussolini planejava.

Mussolini e Hitler. Fonte: Yale Books

Dessa maneira, após as tropas dos Aliados – liderados por Inglaterra, Estados Unidos e URSS – capturarem Mussolini, ele foi preso. Além disso, Grécia e África derrotarem as tropas fascistas. Assim, Duce foi banido, em 1943, pelo Grande Conselho Fascista.

Com tudo, o fim chegou quando foi julgado e executado, junto a sua amante Claretta Petacci, no dia 28 de abril de 1945, em Mezzegra, na Itália. Por fim, seus corpos foram expostos em Milão, na Praça Loreto.

Curiosidades sobre Mussolini

  • O nome completo era Benito Amilcare Andrea Mussolini;
  • Nasceu na vila de Predapio, província de Forli, Itália, no dia 29 de julho de 1883;
  • Era filho do ferreiro Alessandro Mussolini e da professora primária Rosa Maltoni;
  • Em 1901 formou-se professor de escola primária, trabalhou como professor, mas seu interesse era a revolução;
  • Possuía um irmão, Arnaldo, que se tornaria um dos principais teóricos do fascismo;
  • O slogan político usado na Itália durante a sua ditadura era: “Mussolini sempre tem razão”.

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Fontes: História do Mundo, Ebiografia

Imagem destaque: Notícias UOL

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