Considerando a importância do ensino da gramática de forma contextualizada e possível afirmar que

Considerando a importância do ensino da gramática de forma contextualizada e possível afirmar que

Desse modo, dentro do que se denomina análise lingüística coexistem, por um lado esforços de reflexão para aprimorar competências ligadas à composição textual (adequação, coerência e coesão em gêneros discursivos), juntamente com objetivos de ensino relativos às notações escritas como o emprego da ortografia, da pontuação e à apropriação de formas usadas na norma de prestígio, como por exemplo, o emprego da concordância verbo-nominal. De acordo com Mendonça ( 2006), a perspectiva tradicional não nega a necessidade de se refletir sobre a linguagem, a diferença entre ela e a perspectiva da análise lingüística consiste em como acontece essa reflexão se dá na escola, com que objetivos e com base em que aspecto. Por isso, para definir sua ação pedagógica na direção e orientação do desenvolvimento das habilidades textuais nos educandos, os professores de língua portuguesa precisam ter compreendido e assumido uma concepção de língua enquanto discurso, de língua escrita como atividade enunciativa, tendo clara a noção do que é texto, textualidade, coerência, coesão, informatividade; dominar as características e peculiaridades dos diferentes gêneros de texto escrito e as exigências de diferentes portadores da escrita, tendo resposta clara à questão: “para que se dá aulas de português a falantes nativos de português”?, Como questiona Travaglia,(2002). Mendonça (2006), salienta que a análise lingüística não refuta a gramática das salas de aula, como muitos pensam, uma vez que o uso e a reflexão sobre a língua não se dá sem gramática, pois, como afirma Antunes (2003) e Possenti (1996): “não existe língua sem gramática. Nem existe gramática fora da língua”, de forma que a análise lingüística engloba, entre outros aspectos, os estudos gramaticais, mas num paradigma diferente, já que os objetivos propostos são outros. Por isso, analisa Mendonça (2006), numa perspectiva sociointeracionista de língua, a AL constitui um dos três eixos básicos de língua materna, juntamente com o ensino da leitura e da produção de textos, tendo como proposta refletir sobre elementos e fenômenos lingüísticos e sobre estratégias discursivas, focalizando-se nos usos da linguagem. Geraldi (1997, p.74)) comenta que: O uso da expressão “Análise Lingüística” , não se deve ao mero gosto por novas terminologias. A análise lingüística inclui tanto o trabalho sobre as questões tradicionais da gramática quanto questões amplas a propósito do texto; adequação do texto aos objetivos pretendidos; análise dos recursos expressivos utilizados (metáforas, metonímias, paráfrases, citações, discursos direto e indireto, etc.); organização e inclusão de informações etc. Essencialmente, a prática de análise lingüística não poderá limitar-se à higienização do texto do aluno em seus aspectos gramaticais e ortográficos, limitando-se a “correções”. Trata-se de trabalhar com o aluno o seu texto para que ele atinja seus objetivos junto aos leitores a que se destina. Conforme as Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa (p.37), abandonando-se o formalismo gramatical, o texto será instrumento privilegiado no ensino de língua na medida em que ele é, de fato, a manifestação viva da linguagem. Nesse sentido, até mesmo o ensino dos aspectos normativos estariam subordinados às atividades textuais de forma que as regras gramaticais não seriam mais aplicadas por meio de frases soltas, abstraídas de contexto, mas numa perspectiva de funcionalidade gramatical. Sendo assim, quanto mais variado for o contato dos discentes com os diferentes gêneros textuais, mais fácil será a assimilação das regularidades que determinam o uso da norma padrão, bem como a leitura do texto a partir de seus elementos constitutivos como a organização, coerência, coesão, clareza, objetividade, entre outros. Dessa forma, se dará a ampliação da capacidade discursiva por meio de atividades práticas que levem o aluno a compreender outras exigências de adequação da linguagem como a argumentação, situacionalidade, intertextualidade, informatividade, concordância, regência e informalidade, como apontam as Diretrizes Curriculares (p. 36). Ainda segundo as Diretrizes (p. 37), a questão central não é se o professor pode ou não trabalhar a gramática normativa, mas, em que medida ele dá conta da complexidade textual. Considerando a interlocução como fio condutor para as atividades com o texto, os conteúdos gramaticais devem ser estudados a partir de seus aspectos funcionais que constituem a unidade de sentido dos enunciados, dando-se ênfase não somente à gramática normativa, mas considerando também, a descritiva e a internalizada no processo de ensino da Língua Portuguesa. Assim, tendo o texto como foco central de suas aulas, o professor deverá formular atividades que conduzam os alunos à reflexão acerca dos diversos gêneros, bem como propor atividades que priorizem o texto do próprio aluno, tais como: revisão, reestruturação e refacção textual. Esse estudo permitirá ao professor explorar as categorias gramaticais, porém, não se enfatizará a categoria em si, mas sua função para a construção de sentido, que se efetiva quando o leitor é capaz de fazer demandas, elaborar perguntas, considerar e levantar hipóteses, questionar, fazer observações acerca do uso de determinados elementos lingüísticos. E isso só é possível quando o trabalho com a língua se dá no âmbito do texto, pois, de acordo com estudos de Kuhn e Flores (2008): A prática de análise lingüística, portanto, não pode se restringir ao estudo da oração, mas deve contemplar a linguagem no seu aspecto de enunciado, de unidade constitutiva de um gênero discursivo. Embasando-se nas Diretrizes Curriculares, pode-se afirmar que quando o professor assume a língua como interação, em sua dimensão discursivo-textual, certamente criará oportunidades para o aluno refletir, construir, considerar hipóteses, a partir da leitura e da escrita de diferentes textos, criando condições para que o próprio aluno caminhe para a construção de sua competência textual. Sendo assim, “o ensino da nomenclatura gramatical, de definições ou regras a serem construídas, com a mediação do professor, deve ocorrer após o aluno ter realizado a experiência de interação com o texto.” (Diretrizes Curriculares, p.27). Nesse sentido, tendo em vista a importância da reflexão gramatical em sala de aula, bem como de que em muitos casos a prática de análise lingüística não se consolida nas aulas de Português, geralmente porque grande parte dos professores dessa disciplina não sabe como proceder nesse sentido, propõem-se, a seguir, algumas análises de atividades, retirados de livros didáticos, buscando- se a implementação da proposta desse artigo, ou seja, elucidar como se dá a prática de análise lingüística em sala de aula. 3. ANÁLISE DE ATIVIDADES GRAMATICAIS EM LIVROS DIDÁTICOS O propósito desse estudo é levantar os pontos favoráveis e desfavoráveis a respeito das atividades propostas para o ensino fundamental, extraídas dos livros didáticos atuais, apontando-se também outras propostas que podem ser aplicadas em sala de aula, para se efetivar a análise lingüística. O texto em anexo (Não deixe a natureza ir embora, p. 165) retirado do livro Língua Portuguesa: rumo ao letramento (8ª série - 2008) de Gusso e Finau, apresenta algumas questões para a análise do texto, como podemos comprovar nas atividades da p.166 e propostas de produção na página 167. À título de exemplificação serão apontados alguns aspectos dessas atividades, tecendo-se pontos positivos e negativos das mesmas, considerando- se a análise lingüística: A questão nº. 1 suscita certo conhecimento de mundo que o aluno traz,

Considerando a importância do ensino da gramática de forma contextualizada e possível afirmar que
Considerando a importância do ensino da gramática de forma contextualizada e possível afirmar que
Considerando a importância do ensino da gramática de forma contextualizada e possível afirmar que

Considerando a importância do ensino da gramática de forma contextualizada e possível afirmar que

AOL 3 - Metodologia da Língua Portuguesa - 20202.A 9/10 1. Pergunta 1 /1 Considere esta afirmação: Os gêneros textuais são considerados realizações linguísticas concretas e, com a incorporação dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa, nos anos de 1990, essa nomenclatura passou a ser bastante utilizada para se referir aos textos por diversos estudiosos, bem como nas concepções de ensino de língua portuguesa. Sobre os gêneros textuais, é possível afirmar que são: Ocultar opções de resposta  1. Não são criados a partir das práticas sociais e situações históricas em cuja comunicação ocorre 2. Classificados em narrativos, descritivos, dissertativos, expositivos, informativos e injuntivos 3. Característicos por possuir em sua estrutura vocabulário próprio e padrão gramatical 4. Classificados em receita, artigo de opinião, e-mail, carta comercial e muitos outros Resposta correta 5. Auxiliares à prática de leitura e à posterior produção textual 2. Pergunta 2 /1 Leia o poema abaixo: Vício na fala Para dizerem milho dizem mio Para melhor dizem mió Para pior pió Para telha dizem teia Para telhado dizem teiado E vão fazendo telhados. (Oswald de Andrade. Disponível em: https://www.escritas.org/pt/t/7794/vicio-na-fala. Acesso em: 5 maio 2019). O texto acima se refere a um tipo de variação linguística característica de um grupo específico de pessoas, como um grupo de surfistas, de jogadores de futebol, que em dado momento podem utilizar gírias e uma linguagem predominantemente coloquial. Fazendo parte de outros grupos também pode aparecer uma classe profissional específica, tais como médicos, advogados, professores, entre outros, que podem fazer uso da linguagem formal. Analisando o texto acima e as características apresentadas, é possível afirmar que se trata da variação linguística: Ocultar opções de resposta  1. Temporal 2. Regional 3. Geográfica 4. Social Resposta correta 5. Situacional 3. Pergunta 3 /1 Leia um trecho dos PCNs de Língua Portuguesa (1997, p. 15): “O domínio da língua, oral e escrita, é fundamental para a participação social efetiva, pois é por meio dela que o homem se comunica, tem acesso à informação, expressa e defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo, produz conhecimento. Por isso, ao ensiná-la, a escola tem a responsabilidade de garantir a todos os seus alunos o acesso aos saberes linguísticos, necessários para o exercício da cidadania, direito inalienável de todos”. Entretanto, há muitos anos se discutem os problemas e as dificuldades enfrentadas pelos professores de língua portuguesa. Isso acontece porque: Ocultar opções de resposta  1. O ensino de língua portuguesa garante a participação social e cultural de forma efetiva das pessoas. Resposta correta 2. A escola ensina os alunos a lerem, mas não a escreverem 3. O ensino de língua portuguesa requer o conhecimento prévio das regras gramaticais 4. Os resultados dos exames nacionais demonstram que os alunos saem da escola sem saber ler e escrever. 5. O real aprendizado da linguagem não é importante para os falantes da língua portuguesa 4. Pergunta 4 /1 Leia a seguir um trecho dos PCNs (1997, p. 31), no que se refere ao ensino da gramática: “O ensino de Língua Portuguesa, pelo que se pode observar em suas práticas habituais, tende a tratar essa fala da e sobre a linguagem como se fosse um conteúdo em si, não como um meio para melhorar a qualidade da produção linguística. É o caso, por exemplo, da gramática que, ensinada de forma descontextualizada, tornou-se emblemática de um conteúdo estritamente escolar, do tipo que só serve para ir bem na prova e passar de ano [...].” Nesse sentido, é possível afirmar. Ocultar opções de resposta  1. Considera-se a necessidade de ensinar gramática nas aulas de língua portuguesa 2. O professor deve desconsiderar atividades metalinguísticas e preocupar-se com exemplos e exercícios de terminologia. 3. Se optar pelo ensino tradicional, o professor ensinará a gramática de maneira contextualizada. 4. O ensino da gramática não dependerá das metodologias adotadas por cada professor 5. As necessidades e as reflexões apresentadas pelos estudantes devem nortear o ensino da gramática Resposta correta 5. Pergunta 5 /1 De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa, “Pensar sobre a literatura a partir da autonomia relativa ante o real implica dizer que se está diante de um inusitado tipo de diálogo regido por jogos de aproximações e afastamento”. Nesse sentido, o texto literário contribui para o estímulo da imaginação dos alunos. Escolha a opção que apresenta um gênero textual literário. Ocultar opções de resposta  1. Notícia 2. Drama Resposta correta 3. Bula de remédio 4. Artigo de opinião 5. Reportagem 6. Pergunta 6 /1 Leia o texto abaixo: “O preconceito linguístico ocorre quando há diferenças linguísticas entre os falantes de um mesmo idioma. Assim, ele está associado às diferenças regionais — desde dialetos, regionalismo, gírias e sotaques — desenvolvidas ao longo do tempo e que envolvem os aspectos históricos, sociais e culturais de determinado grupo. Atualmente, o preconceito linguístico é recorrente e pode ser um fator importante para a exclusão social. No Brasil, ele pode ser observado com muita facilidade, levando em consideração que muitos creem que a sua maneira de falar seja superior a de outros grupos.” Como a escola deve atuar diante do preconceito linguístico decorrente das diversas variações da língua: Ocultar opções de resposta  1. A escola deve se preocupar em ensinar a gramática normativa e demonstrar que existem diferenças entre a fala e a escrita 2. A escola deve se preocupar com o respeito às diferenças, bem como se livrar do mito de que existe uma única forma correta de falar Resposta correta 3. A escola deve se preocupar em ensinar a gramática normativa, enquanto os pais devem trabalhar no combate do preconceito linguístico 4. A escola deve se preocupar em ensinar a gramática normativa, excluindo quaisquer outras variações linguísticas 5. Não é papel da escola interferir no respeito às diversidades, sejam sociais, linguísticas, entre outras, pois isso é uma questão a ser trabalhada pelos pais 7. Pergunta 7 /1 Segundo os PCNs (1997): “Não é papel da escola ensinar o aluno a falar: isso é algo que a criança aprende muito antes da idade escolar. Talvez por isso, a escola não tenha tomado para si a tarefa de ensinar quaisquer usos e formas da língua oral.” Considerando as diversas variações linguísticas existentes em nosso idioma, é possível afirmar que as variações linguísticas decorrentes da diferença de idade e gênero ocorrem por conta de questões: Ocultar opções de resposta  1. Geográficas 2. Morfológicas 3. Fatores Naturais Resposta correta 4. Históricas 5. Contextuais 8. Pergunta 8 /1 Leia o texto a seguir, que trata sobre o conceito de letramento:O surgimento do termo literacy (cujo significado é o mesmo de alfabetismo) representou, certamente, uma mudança histórica nas práticas sociais, ou seja, uma nova realidade social trouxe a necessidade de uma nova palavra (SOARES, 2011, p. 29). O conceito de letramento é, portanto, considerado recente e é utilizado nas áreas da linguagem e da educação. Este conceito, por sua vez, é usado para nomear e configurar as competências e práticas sociais no âmbito da: Ocultar opções de resposta  1. Ciência e matemática 2. Oralidade e leitura 3. Oralidade e escrita 4. Leitura e escrita Resposta correta 5. Ciência e tecnologia 9. Pergunta 9 /1 Conforme estudamos nesta Unidade Letiva, com relação aos processos de letramento e alfabetização, é possível afirmar que ambos são diferentes, mas complementares, por isso, o trabalho pedagógico deve articulá-los. Considere as seguintes afirmativas, assinalando qual delas apresenta uma informação verdadeira no que se refere ao objetivo e ao trabalho de ambos os aspectos: Ocultar opções de resposta  1. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, o principal objetivo do ensino é alfabetizar letrando Resposta correta 2.