Já estavam A poucos metros da clareira À qual foram ter por um atalho aberto A foice

Já estavam A poucos metros da clareira À qual foram ter por um atalho aberto A foice

Se você leu à postagem em que falo tudo sobre o uso da crase, esses exercícios vão te ajudar a pôr em prática seus conhecimentos sobre a bendita. Se você não leu, pode até tentar responder, mas sugiro que clique aqui e dê uma lida antes para não ficar perdido.

Retirei esses 20 exercícios do livro “Nova Gramática da Língua Portuguesa para Concursos”, do Rodrigo Bezerra, que contém bastante conteúdo bacana para concurseiros. Se tiver interesse, você pode comprar ele na Amazon clicando aqui.

Ao final dos exercícios, há um gabarito comentado, para anular qualquer dúvida. Sugiro não consultar o gabarito antes de terminar de responder a todas as questões, pois você corre o risco de ver as outras respostas, e você está aqui para colocar seu cérebro para funcionar, certo?

Vamos às questões! Bons estudos!

QUESTÕES DE CONCURSOS SOBRE O USO DA CRASE

1. (Unimep-SP) “A exposição …. inauguração assisti mostrou os lindos quadros …. me referi na nossa conversa do outro dia. Amanhã, haverá um leilão na mesma sala …. estão expostos.” A alternativa que preenche corretamente é: a) a cuja, aos quais, em que. b) a cuja, os quais, na qual. c) cuja, a que, em que. d) a qual, aos quais, na qual.

e) à qual, que, que.

2. (Unimep-SP) “…. dois meses que não vejo Paulo. Soube que ele esteve…. beira de uma crise nervosa…. menos de cinco dias do vestibular.” A alternativa que preenche corretamente as lacunas é: a) Há, a, a. b) Há, à, a. c) Há, à, à. d) A, a, à.

e) A, à, a.

3. (Fuvest-SP) De…. muito, ele se desinteressou de chegar a ocupar cargo tão importante,…. coisas mais simples na vida e que valem mais que a posse momentânea de certos postos de relevo…. que tantos ambicionam por amor…. ostentação.” a) a, há, à, à. b) há, as, a, a. c) há, há, a, à. d) a, hão, a, à.

e) há, a, a, a.

4. (Fuvest-SP) O progresso chegou inesperadamente…. subúrbio. Daqui…. poucos anos, nenhum de seus moradores se lembrará mais das casinhas que,…. tão pouco tempo, marcavam a paisagem familiar.  a) aquele, a, a. b) àquele, à, há. c) àquele, à, à. d) àquele, a, há.

e) aquele, à, há.

5. (UEL) …. contragosto, a comissão entregou…. imprensa…. listas dos aprovados. a) À, a, as. b) A, à, às. c) A, à, as. d) À, a, às.

e) À, à, às.

6. (ITA) Analisando as sentenças: I. A vista disso, devemos tomar sérias medidas. II. Não fale tal coisa as outras. III. Dia a dia a empresa foi crescendo.

IV. Não digo aquilo que me disse.

Deduzimos que:

a) apenas a III não tem crase. b) as sentenças III e IV não têm crase. c) todas as sentenças têm crase. d) nenhuma sentença tem crase.

e) apenas a IV não tem crase.

7. (FCC) O fenômeno …. que aludi é visível …. noite e …. olho nu. a) a, a, a. b) a, à, à. c) a, à, a. d) à, a, à.

e) à, à, a.

8. (FCC) Já estavam …. poucos metros da clareira, …. qual foram ter por um atalho aberto …. foice. a) à, à, a. b) a, à, a. c) a, a, à. d) à, a, à.

e) à, à, à.

9. (PUC-SP) …. hora, …. chegasse primeiro se entregaria …. condecoração …. fizera jus. a) Àquela, à que, a, a qual. b) Àquela, a que, à, a qual. c) Aquela, à que, a, à qual. d) Àquela, à que, a, à qual.

e) n. d. a.

10. (UM-SP) Dados os períodos: I. À força de tanto emagrecer, acabou morrendo. II. A assistente social prestou assistência as mais necessitadas pessoas.

III. Com a eloquência habitual, falava a qualquer pessoa, sempre disposta a aumentar o prestígio.

Deduz-se que o sinal indicativo da crase está corretamente empregado:

a) apenas no primeiro período. b) nos períodos I e II. c) nos períodos II e III. d) em todos os períodos.

e) nos períodos I e III.

11. (Fuvest) Daqui …. vinte quilômetros, o viajante encontrará, logo …. entrada do grande bosque, uma estátua que …. séculos foi erigida em homenagem …. deusa da floresta.

a) a, à, há, à. b) há, a, à, a. c) à, há, à, à. d) a, à, à, à.

e) há, a, há, a.

12. (PUC) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas: I. Viu-se frente …. frente com o inimigo. II. Observava, …. distância, o que estava acontecendo. III. Não se referira …. nenhuma das presentes. IV. Desandou ….correr ladeira abaixo. V. Chegou …. uma hora da madrugada. a) à, à, à, à, à. b) à, à, a, a, à. c) à, à, à, a, à. d) a, a, a, a, à.

e) a, a, a, a, a.

13. (FCMSC-SP) Estamos … poucas horas da cidade … que vieram ter, … tempos, nossos avós. a) a – a – há. b) há – a – a. c) há – à – há. d) à – a – a.

e) a – à – há.

14. (FCC – Metrô/SP – Supervisor de Linha) O uso do sinal de crase justifica-se em ambas as ocorrências na seguinte frase: a) Não tive acesso à carreira de biólogo porque você se dispôs à engravidar. b) Não nos assiste à prerrogativa de responsabilizarmos justamente àqueles que não têm culpa. c) Imputamos à culpa aos outros quando achamos inadmissível assumirmos à nossa. d) Atribuamos à nossa incompetência o fracasso de nossos planos, em vez de associá-lo à responsabilidade alheia.

e) Quando se fica à espera de algo inalcançável, tudo o que se alcança se reduz à uma frustração.

15. (UEL-PR) Foi … Brasília aprender … artes políticas, mas retornou … terra natal sem grandes conhecimentos. a) a – as – à. b) à – as – a. c) a – às – à. d) a – as – a.

e) à – às – à.

16. (FCC – Soldado PM/BA) O uso do sinal da crase é injustificável em: a) Lembrem-se às autoridades de terem sempre em mente o valor da prevenção. b) Não cabe às pessoas de boa fé repudiar medidas de prevenção ao crime. c) É penoso assistir às cenas de violência que se multiplicam nas metrópoles. d) Atribui-se às medidas preventivas uma eficácia maior que a da repressão.

e) À inteligência da prevenção opõem-se aqueles que preferem a força da repressão.

17. (FCMSC-SP) Dê ciência … todos de que não mais se atenderá … pedidos que não forem dirigidos … diretoria. a) a – a – a. b) a – à – a. c) a – a – à. d) à – à – a.

e) à – a – à.

18. (PUCC-SP) Assinale a alternativa em que há uso incorreto do sinal da crase. a) Toda essa situação se deve à instabilidade da taxa de inflação. b) Referindo-se à salários do último mês, comentou a inviabilidade de se manter aquele número de funcionários na empresa. c) Não é à toa que amealhou o dinheiro que tem. d) Em clima de grande emoção, chegou a tecer elogios inclusive àqueles que sempre o criticaram.

e) Devemos incentivá-los a dar continuidade à sua tarefa de informar a verdade sobre a situação do país.

19. (Fafeod-MG) Indique a alternativa que permite preencher corretamente os vazios do texto abaixo.
Aguardava … carta … muito tempo e, como não chegasse, ele referia-se … todo instante … consequências desastrosas que … demora tenderia … provocar. a) a – a – a – às – a – a. b) a – há – a – às – a – a. c) a – há – a – as – a – a.

d) a – à – a – as – a – a.

20. (UFV-MG) Indique a alternativa em que o sinal indicativo de crase é facultativo. a) Voltou à casa do juiz. b) Chegou às três horas. c) Voltou à minha casa. d) Devolveu as provas àquela aluna.

e) Voltou às pressas.

Gabarito comentado

1. a) a cuja; aos quais; em que. A frase completa fica: “A exposição a cuja inauguração assisti mostrou os lindos quadros aos quais me referi na nossa conversa do outro dia. Amanhã, haverá um leilão na mesma sala em que estão expostos”. Antes do pronome relativo “cuja” não há artigo, por isso não há crase na primeira lacuna. Na segunda lacuna não há crase porque o pronome relativo se refere a um substantivo masculino (quadros), então há preposição “a” + artigo masculino. Na última, poderia, também, ser “na qual”, mas soaria estranho, porque na mesma oração já foi usado “na mesma sala”, e repetir essa preposição seria inconveniente. O “em que” cabe perfeitamente e o sentido permanece o mesmo.

2. b) Há; à; a. A frase completa é “ dois meses que não vejo Paulo. Soube que ele esteve à beira de uma crise nervosa a menos de cinco dias do vestibular”. Já se eliminam duas alternativas se você souber que na primeira lacuna só cabe o verbo “Há”, que, quando não é sinônimo de “existe”, se refere a um tempo percorrido desde o passado. A segunda lacuna indica que há uma locução adverbial, e o substantivo é feminino, por isso a crase é exigida, o que já elimina mais uma alternativa. Por fim, “menos” é um pronome indefinido que dispensa artigo, por isso não cabe crase.

3. c) Há; há; a; à. A frase completa fica: “De muito, ele se desinteressou de chegar a ocupar cargo tão importante, coisas mais simples na vida e que valem mais que a posse momentânea de certos postos de relevo a que tantos ambicionam por amor à ostentação”. Na primeira lacuna, o substantivo masculino “tempo” está subentendido.  Só pode ser o verbo: “Há muito”, pois remete a tempo percorrido a partir do passado. Na segunda, também só cabe o verbo “haver” no sentido de “existir”: “há coisas mais importantes”. Sabendo responder essas duas, só resta essa alternativa. Na terceira, vemos o pronome relativo “que”, e não se usa crase antes desse pronome, pois não exige artigo (a não ser que pudesse ser substituido por “aquela que”, mas não é o caso porque o substantivo “relevo” é masculino). Na quarta, temos um substantivo feminino que leva artigo (a ostentação) e preposição (amor a alguma coisa).

4. d) Àquele; a; há. A frase completa fica: “O progresso chegou inesperadamente àquele subúrbio. Daqui a poucos anos, nenhum de seus moradores se lembrará mais das casinhas que, tão pouco tempo, marcavam a paisagem familiar”. Na primeira lacuna, se empregarmos “naquele”, veremos que faz todo o sentido, e é sinal de que há preposição no pronome, portanto, há crase. Na segunda, não pode ser “há” porque  é uma previsão para o futuro, e o verbo “haver” só remete ao tempo passado. “Pouco” é pronome indefinido, que dispensa artigo, então não pode levar crase. Na última lacuna, só pode ser o verbo “há”, pois se refere a um tempo passado.

5. c) A; à; a. A frase completa fica: “contragosto, a comissão entregou à imprensa as listas dos aprovados”. Na primeira lacuna não pode haver crase, porque “contragosto” é masculino. Na segunda, se escrevessemos “entregou para a imprensa”, veremos que faz sentido, então há junção de preposição “a” (correspondente a “para” neste caso) e artigo feminino, justificando a crase. Na terceira não poderia haver crase, porque o sentido seria que algo foi entregue para as listas, mas o sentido correto é que as listas foram entregues.

6. b) as sentenças III e IV não têm crase. Isso porque, na III, se usou a expressão popular “dia a dia”, que usa a preposição “a” entre substantivos repetidos. Nesses casos, a gramática normativa dispensa o uso da crase. Na IV, o verbo usado é “dizer”, que nesse caso é transitivo direto, ou seja, não exige preposição (porque ele não diz algo. Se ele não dissesse a algo haveria preposição) como não houve preposição, não há crase.

7. c) A; à; a. A frase completa fica: “O fenômeno a que aludi é visível à noite e a olho nu”. Na primeira lacuna, não pode haver crase porque “fenômeno” é substantivo masculino. Na segunda, vemos que há locução adverbial de tempo, e como o substantivo “noite” é feminino, ocorre a crase. Na terceira, o substantivo “olho” é masculino, por isso também não leva crase.

8. b) a, à, a. A frase completa fica: “Já estavam a poucos metros da clareira, à qual foram ter por um atalho aberto a foice”. Na primeira lacuna, estamos diante de um pronome indefinido (poucos), o que dispensa artigo, por isso não há crase. Na segunda, há o pronome relativo “a qual”, que só sabemos que possui preposição porque podemos reescrever a frase usando “aquela a qual” ou “esta a qual”, que são correspondentes à preposição “a”, por isso justifica o uso da crase em “à qual”. Na terceira, pode haver dúvidas, porque “a faca” é locução adverbial, mas quem estudou o conteúdo sabe que em locuções adverbiais de instrumento, só se usa crase quando há chances de haver ambiguidade na sentença, o que não é o caso.

9. d) Àquela; à que; a; à qual. A frase completa fica: “Àquela hora, à que chegasse primeiro se entregaria a condecoração à qual fizera jus”. Na primeira lacuna, é possível inserir “naquela”, o que indica presença de preposição e justifica a crase. Na segunda e na terceira é que pode haver dúvidas, pois é preciso já estar ciente de que o “se” em “se entregar” é partícula apassivadora, ou seja, não é pronome reflexivo e nem recíproco, mas indica voz passiva. O sentido da frase, portanto, é que “para aquela que chegasse primeiro seria entregue a condecoração” e não que “a que chegasse primeiro se entregaria para a condecoração”, mas a única dica que o texto dá que exclui essa última possibilidade é que “condecoração” é um prêmio, e ficaria estranho alguém se entregar a um prêmio, deixando essa alternativa melhor do que N. D. A. Na última lacuna, poderíamos escrever “para a qual fizera jus”, o que indica que há a presença de preposição “a” na frase (já que “para” é correspondente), justificando o uso da crase.

10. e) nos períodos I e III. Na primeira sentença, o primeiro elemento não poderia ser apenas um artigo de substantivo feminino, pois deixaria a frase sem coerência, e o sujeito não poderia ser “a força de tanto emagrecer”, porque separar o sujeito do predicado com vírgula, nesse caso, causaria estranhamento. Sendo assim, trata-se de uma locução adverbial, e como o substantivo “força” é feminino, a crase está correta. Na segunda sentença, deveria haver uma crase em “às mais necessitadas”, pois quem presta assistência, presta assistência a alguém (ou seja, o verbo exige preposição), além disso, o fato de estar no plural indica que há, também, artigo, pois o artigo concorda em número com o substantivo. Na terceira sentença, não há necessidade do emprego da crase, pois primeiro identificamos um “a” artigo, já que não se usa duas preposições juntas, e “com” já é preposição, por isso o “a” na sequência só pode ser artigo, depois temos uma preposição “a” diante de um pronome indefinido, o que dispensa crase, e por fim temos outra preposição “a” diante de um verbo, o que também indica a inexistência de artigo.

11. a) a, à, há, à. A frase completa fica: “Daqui a vinte quilômetros, o viajante encontrará, logo à entrada do grande bosque, uma estátua que séculos foi erigida em homenagem à deusa da floresta”. Na primeira lacuna, não poderia ser “há”, pois esse verbo ou é sinônimo de “existir” ou se refere a tempo corrido a partitr do passado, e esta é uma previsão para o futuro. Também não pode ser crase, porque nesse caso o numeral não possui artigo (não daria para escrever, por exemplo, “daqui até as/aos vinte quilômetros”). Na segunda lacuna, não poderia ser apenas o artigo, pois daria a entender que o que vai ser encontrado é “a entrada do grande bosque”, quando na sequência é dito o que será encontrado. Se substituirmos por “na entrada”, a frase fica coerente com o contexto, e “na” indica que há preposição e artigo feminino. A terceira lacuna só dá espaço para o verbo “há”, pois se refere, também, a um acontecimento do passado, e por fim, quem faz homenagem, faz homenagem a alguém, portanto há preposição “a”, e “deusa” é substantivo feminino que pede artigo, por isso a crase é indispensável.

12. d) a, a, a, a, à. Na primeira frase, cabe a preposição “a” na lacuna, é sem crase porque o gramáticos dizem que entre dois substantivos repetidos para formar uma expressão (caso de “frente a frente”), não se leva crase. Na segunda, não existe ambiguidade, porque a expressão ficou entre vírgulas, o que exclui a possibilidade de “a distância” ser um objeto direto do verbo, então a expressão tem que ser usada assim mesmo, sem crase. Na terceira, há o pronome indefinido “nenhuma” antes do substantivo, por isso a crase é dispensada. Na quarta, vemos um verbo após a lacuna, e antes de verbo não há artigo, portanto, também não há crase. Na quinta, vemos um horário específico, pontual, por isso se leva crase.

13. a) a – a – há. A frase completa fica: “Estamos a poucas horas da cidade a que vieram ter, tempos, nossos avós”. Na primeira lacuna, não poderia ser “há”, pois é uma previsão futura, e “há” ou é sinônimo de “existe” ou só remete a fatos a partir do passado. Não poderia ser crase, porque há um pronome indefinido (poucas) antes do substantivo, o que dispensa crase. Na terceira só pode ser o verbo “há”, porque estabelece o sentido de que faz tempo que algo ocorreu.

14. d) Atribuamos à nossa incompetência o fracasso de nossos planos, em vez de associá-lo à responsabilidade alheia. Somente esta alternativa está correta, porque, de fato, na primeira crase, temos um pronome possessivo antecedendo um substantivo feminino, indicando a quem esse substantivo pertence, e a gramática permite o uso de crase nesses casos. Na segunda crase, temos o verbo “associar” antecedendo a crase, que  nesse caso é transitivo indireto (temos alguém associando algo [o fracasso] a alguém [a responsabilidade alheia]), portanto, este último substantivo é regido por preposição e artigo feminino, o que justifica a crase.

15. a) a – as – à. A frase completa fica: “Foi a Brasília aprender as artes políticas, mas retornou à terra natal sem grandes conhecimentos”. Nesse exercício é válido usar o recurso de reescrever a frase, tentando encaixar os conectores “da”, “na” ou “pela”, que indicam presença de preposição e artigo, enquanto “de”, “em” ou “por” indicam que não há artigo. Sendo assim, se diz “Voltei de Brasília”, então em “Foi a Brasilia” não haverá crase. Na segunda lacuna, quem aprende, aprende algo (não tem preposição), portanto, aprender é, nesse caso, verbo transitivo direto, só tem artigo, por isso não leva crase. Na terceira, se reescrevermos a oração, “voltou da terra natal” usa-se o conector “da”, que indica preposição e artigo feminino, por isso tem crase.

16. a) Lembrem-se às autoridades de terem sempre em mente o valor da prevenção. Isso porque, se fizermos um exercício básico de interpretação, veremos que o sentido da frase é “que as autoridades se lembrem de terem sempre em mente o valor da prevenção”. Se em “as autoridades” houvesse crase, o sentido ficaria estranho, pois soaria algo como “Lembrem-se para as autoridades que”, dando a entender que a mensagem está sendo dita a terceiros, e como “lembrem-se” está assumindo função de verbo reflexivo ou recíproco (não está muito claro qual dos dois é), quem tem que se lembrar são as autoridades, por isso não está correto o uso da crase.

17. c) a; a; à. A frase completa fica: “Dê ciência a todos de que não mais se atenderá a pedidos que não forem dirigidos à diretoria”. Na primeira lacuna, estamos diante de um pronome indefinido (todos), poranto não há crase. Na segunda, estamos diante de um substantivo masculino (pedidos), portanto não há crase e na terceira, estamos diante de um substantivo feminino e de um verbo que é transitivo indireto (o que é dirigido, é dirigido a alguém), e por ter preposição “a”, exige crase.

18. b) Referindo-se à salários do último mês, comentou a inviabilidade de se manter aquele número de funcionários na empresa. “Salários” é substantivo masculino, portanto não pode haver crase em “a salários”.

19. b) a – há – a – às – a – a. A frase completa fica: “Aguardava a carta muito tempo e, como não chegasse, ele referia-se a todo instante às consequências desastrosas que a demora tenderia a provocar”.  Na primeira lacuna, o substantivo “carta” não está especificado ou determinado, assumindo o papel de uma carta genérica, portanto é conveniente não crasear. Na segunda, só pode ser o verbo “há”, pois remete a fato passado. Na terceira, a lacuna está diante de um pronome indefinido (todo), o que dispensa crase. Na quarta, o substantivo feminino “consequências” é complemento do verbo “referir”, que é transitivo indireto (quem se refere, se refere a algo), por isso há preposição e artigo feminino, exigindo crase. Na quinta, se reescrevermos a oração incluindo o termo “esta” ficaria “consequências desastrosas que esta demora”. Somente se a preposição “a” fosse indispensável deveria haver crase (se fosse “a esta demora”). Por fim, a última lacuna está diante de um verbo, por isso também não há crase.

20. c) Voltou à minha casa. Isso porque, antes de pronomes possessivos que antecedem substantivos femininos específicos, usar ou não a crase não compromete o sentido da frase, sendo apenas uma questão estética, por isso seu uso é facultativo.

Conclusão

Se você cometeu erros que não imaginava e quiser dar uma revisada no conteúdo, acesse minha postagem em que falo tudo sobre o uso da crase clicando aqui.

Gostou do conteúdo? Quer sugerir algum outro conteúdo para o blog ou fazer alguma observação? Me deixe saber nos comentários! Obrigada pela atenção e até a próxima!

Referência

Bezerra, Rodrigo. Nova Gramática da Língua Portuguesa para Concursos. 2015.