No longo prazo quando o desemprego aumenta a inflação também aumenta, conforme a curva de phillips.

A curva de Phillips é um conceito da macroeconomia utilizado para entender a relação entre a inflação e o desemprego.

Calcular como o desemprego afeta a inflação e vice-versa é um desafio comum aos economistas. A curva de Phillips é uma das principais teorias para calcular a relação entre inflação e desemprego.

Se está tentando aprender como a inflação funciona para decidir se é uma boa ideia investir em títulos que a usam como indexador – como o Tesouro Direto IPCA –, saber sobre a curva de Phillips é essencial.

Desenvolvida há cerca de 60 anos pelo neozelandês William Phillips, foi uma das primeiras a correlacionar esses indicadores econômicos e sociais. Ao longo do artigo, vamos mostrar o que ela é e como funciona.

Além disso, você vai saber como o conceito surgiu e o que é a curva de Phillips aceleracionista, considerada uma atualização do modelo original. Por fim, entenderá como a teoria explica a correlação da inflação e o desemprego.

Por isso, aprenda mais sobre a curva de Phillips nos próximos parágrafos!

Curva de Phillips: o que é e como funciona?

A curva de Phillips pode ser resumida em uma frase: a inflação e o desemprego relacionam-se de maneira inversa.

Ou seja, quando um aumenta, o outro consequentemente irá diminuir. E vice-versa.

Como mencionamos, a teoria foi desenvolvida pelo economista neozelandês William Phillips na década de 1960. A eficiência da curva de Phillips foi comprovada em situações de expansão ou recessão da economia.

Quando há mais empregos, os preços costumam subir. Ou seja, a queda do desemprego resulta em aumento na inflação. O inverso também acontece, de acordo com o economista.

Ao estudar períodos maiores do que esses momentos de expansão ou recessão, a curva costuma ser uma linha vertical, de maneira mais gradual.

Como surgiu a curva de Phillips?

O conceito da curva de Phillips surgiu na metade final do século anterior, em uma economia que se recuperava do pós-guerra e estava em crescimento constante ou em recessões pontuais.

Ou seja, era um cenário no qual expansões e recessões aconteciam com frequência, principalmente nos países asiáticos, que se tornaram centros de produção mundial. A época também foi marcada por crescimento no comércio internacional.

Isso tornou mais complexo o cálculo da inflação e do desemprego. Agora, a inflação precisava ser calculada em escala global, não apenas local. O mesmo quando consideramos a taxa de emprego em cada país.

Até a política monetária de cada país poderia afetar tanto a inflação quanto o desemprego.

Essas novas questões do comércio internacional tornaram possível a aparição da estagflação durante a década de 1970, que tornou a curva de Phillips obsoleta.

A estagflação se caracteriza pelo aumento na inflação consoante ao desemprego. Ou seja, tanto a inflação quanto o desemprego aumentaram, contrariando a ideia de que esses dois indicadores se relacionam de maneira inversa.

Ainda assim, vale considerar que a curva de Phillips continua um importante conceito na macroeconomia e ainda é válido quando analisamos períodos curtos de expansão ou recessão da economia.

Curva de Phillips aceleracionista: o que é?

Após o último período de estagflação mundial que vivemos na crise de 2008, uma espécie de atualização da curva de Phillips foi teorizada: a curva aceleracionista.

O que essa curva significa e como ela se diferencia da teoria original?

A inclusão das novas variáveis que a globalização e o comércio internacional trouxeram.

Já não era mais possível correlacionar apenas a inflação e o desemprego interno. Então, na curva de Phillips aceleracionista foram incluídas as expectativas do mercado.

Dessa maneira, é possível ter uma curva na qual inflação e desemprego andem juntos, auxiliando economistas governamentais de cada país a desenharem metas de inflação mais realistas. Essa é a curva de Phillips aceleracionista.

Como a curva de Phillips correlaciona inflação e desemprego?

Como vimos ao longo do artigo, a teoria foi a primeira a facilitar o estabelecimento de metas de inflação ao relacioná-la com os níveis de desemprego em um país.

Porém, com maior globalização e comércio internacional, novas variáveis tornaram o cálculo da inflação mais complexo. Isso possibilitou a aparição da estagflação, que tornou a curva de Phillips obsoleta.

Por outro lado, entender a teoria econômica é uma das melhores maneiras para compreender como a inflação funciona. Vale mencionar que a teoria ainda pode ser usada para estudar períodos de curto prazo, embora já não seja tão útil para prazos maiores.

Com a crise global de 2008, uma versão atualizada da teoria passou a acompanhar o mercado e considerar as expectativas no âmbito internacional ao fazer a correlação da inflação e do desemprego.

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A curva de Phillips é um conceito econômico que diz que a inflação e o desemprego relacionam-se de maneira inversa. Sendo assim, com o aumento de um deve existir a diminuição do outro.

A teoria foi desenvolvida pelo economista A. W. Phillips em um trabalho em que observou essa relação na economia do Reino Unido entre 1861 e 1957.

Por se tratar de uma relação inversa entre os dois indicadores, a curva de Phillips é representada em uma forma côncava.

O conceito que envolve a curva de Phillips diz que existe um trade-off entre inflação e desemprego, ou seja, uma forte relação inversa entre os dois fatores.

Esta teoria é considerada válida para o curto prazo, onde a economia passa por ciclos de expansão e queda, enquanto há o trade-off entre inflação e desemprego.

Em expansão de curto prazo na economia, por exemplo, é possível perceber que existe a diminuição do desemprego, mas também ajustes de preços que aumentam a inflação. O contrário ocorre numa recessão: menos consumo inibe a subida dos preços.

Vendo no longo prazo, a curva de Phillips ganha uma forma vertical, segundo a versão defendida pelos "monetaristas". Deste ponto de vista, defendem, a economia não consegue fazer ajustes no seu nível de atividade. Apenas a inflação será afetada.

A curva de Phillips e a estagflação

A partir dos anos 1970, com as crises do Petróleo e queda no crescimento das economias, a curva de Phillips deixou de ser a teoria principal adotada para explicar a relação entre inflação e desemprego.

Isso ocorreu após muitos países terem um crescimento desses dois indicadores, apresentando estagnação e inflação juntas, situação conhecida como estagflação.

Com economias mais desaquecidas temos, por um lado, o aumento do desemprego. Por outro lado os preços continuam a crescer sem que haja aumento dos rendimentos na economia.

Este cenário é conhecido por criar um dilema para os decisores de política monetária nas subidas ou descidas das taxas de juro. No primeiro caso, busca controlar o aumento de preços, mas encarece ainda mais o consumo, agravando a estagnação. Já se as taxas de juro descem, possivelmente haverá maior consumo ao custo da descida do poder de compra.

Em macroeconomia, a curva de Phillips, representa uma relação de trade-off entre inflação e desemprego, que permite analisar a relação entre ambos, no curto prazo. Segundo esta teoria, desenvolvida pelo economista neozelandês William Phillips, uma menor taxa de desemprego leva a um aumento da inflação, e uma maior taxa de desemprego a uma menor inflação. Contudo, esta relação não é válida no longo prazo, uma vez que a taxa de desemprego é basicamente independente da taxa de inflação conforme outras variáveis vão se alterando. [1]

No longo prazo quando o desemprego aumenta a inflação também aumenta, conforme a curva de phillips.

Curva de Phillips - NAIRU a longo e curto prazo

Baseando-se em dados da economia do Reino Unido no período de 1861 a 1957, Phillips mostrou haver uma correlação negativa entre a inflação e o desemprego. Poucos anos depois, outros dois cientistas, Paul Samuelson e Robert Solow, confirmaram a descoberta ao utilizarem dados da economia dos Estados Unidos e resolveram baptizar o modelo como curva de Phillips. Nos anos 70, a relação prevista pela curva de Phillips original deixou de ser verificada de forma empírica, pois as grandes economias experimentaram altas taxas de inflação e de desemprego simultaneamente. Quando o período de crise foi superado, a correlação mais evidente passou a ser entre a taxa de desemprego e a variação da taxa de inflação, o que abriu caminho para reformas na proposição original. Milton Friedman e Edmund Phelps foram dois economistas que se dedicaram a estudar a relação proposta por Phillips. A versão Friedman-Phelps da curva de Phillips, conhecida também por curva de Phillips aceleracionista, acrescenta à equação original a análise das expectativas. Utilizando o método das expectativas adaptativas ela indica que, para que se mantenha a taxa de desemprego a níveis inferiores ao da taxa de desemprego natural, o que importa não é a taxa de inflação, mas sim sua variação, necessitando-se assim de taxas de inflação cada vez maiores para manter as taxas de desemprego abaixo da taxa natural.

No modelo de curva de Phillips com expectativas adaptativas, o efeito de um choque exógeno de oferta sobre a taxa de inflação em um determinado ano é repassado para a inflação esperada futura.

Assim, pode-se comprovar mais consistentemente, que a relação inversa entre a inflação e o desemprego se dá quando a inflação observada está acima das expectativas, e que, de facto, isso se dará somente no curto prazo, já que no longo prazo a inflação observada tornar-se-á igual à esperada, quando então não será verificada nenhuma relação entre a inflação e o desemprego.

A partir da relação existente entre o nível de preços, o nível de preços antecipado e a taxa de desemprego:

  • P = f(Pe, u)

Onde:

P = nível de preços Pe = nível de preços antecipados u = taxa de desemprego

Pode-se deduzir uma nova função relacionando a taxa de inflação, a taxa de inflação antecipada e a taxa de desemprego, na forma:

  • p = f(pe, u)

Onde:

p = taxa de inflação pe = taxa de inflação antecipada u = taxa de desemprego

Assim, a taxa de inflação tenderá a variar positivamente com a inflação antecipada e negativamente com a taxa de desemprego. É válido lembrar que existem coeficientes que dão maior ou menor peso a esses factores determinantes da taxa de inflação.

A curva de Phillips original

Embora não ocorra em tempos atuais, a inflação média nos períodos pesquisados por Phillips e depois por Paul Samuelson e Robert Solow tendia para zero. Com uma inflação média tendendo a zero em períodos passados, levantou-se a hipótese de que a taxa de inflação esperada também seria zero, de forma que a relação descrita acima passaria a ser p = f(u) (taxa de inflação apenas em função da taxa de desemprego). Com isso, pode-se dizer que essa primeira versão da curva de Phillips desconsiderou a existência de um eventual espiral de salários e preços, períodos em que elevações no salário nominal provocam elevações no nível geral de preços, e vice versa.

A curva de Phillips com expectativas

Como nos referimos no tópico da equação matemática, existem coeficientes ou multiplicadores que tornam os factores determinantes da taxa de inflação com maior ou menor peso. Vamos supor que para a formação das expectativas a inflação esperada pe seja dada por: pe(t) = v . p(t-1)

Observe a inflação esperada do período t é uma função da inflação do período t - 1, multiplicada pelo coeficiente v. Afirma-se que v tendia a zero antes da década de 1970 e que passou a tender a 1 após esse período

Note que substituindo v = 0 na função p = f(pe, u) teremos p = f(u), ou seja, a curva de Phillips original onde a inflação é função do desemprego.

Substituindo v = 1 na mesma função teremos p = f(p(t-1), u), onde a taxa de inflação é uma função da taxa de inflação do período anterior e da taxa de desemprego.

Por fim, apresentamos a função da curva de Phillips como sendo p(t) = pe(t) + (m + z) - wu(t), de forma que m (markup das empresas) e z (outros factores que afetem a fixação de salários) são coeficientes lineares que representam elementos estruturais da economia e w é o multiplicador do desemprego.

Substituindo pe(t) = p(t-1), temos que p(t) = p(t-1) + (m + z) - wu(t) ou ainda p(t) - p(t-1) = (m + z) - wu(t).

  1. Boston, Federal Reserve Bank of. «Understanding Inflation and the Implications for Monetary Policy: A Phillips Curve Retrospective». Federal Reserve Bank of Boston (em inglês). Consultado em 23 de maio de 2018 

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