No texto que você leu, qual foi o gancho a partir do qual o jornalista desenvolveu a reportagem

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Jornalismo

No texto que você leu, qual foi o gancho a partir do qual o jornalista desenvolveu a reportagem

A trágica morte de uma cigarra foi revelada em detalhes pelos alunos do 6º ano da EMEB Suzana Albino França, em Lages, a 225 quilômetros de Florianópolis. Inspirados por reportagens que leram e discutiram nas aulas do professor Carlos Eduardo Canani, eles aceitaram o desafio e elaboraram um jornal com base em fábulas que conheciam. Ao analisar os textos finais (como o que você lê na página abaixo), fica claro que a moçada se apropriou das características do gênero e usou a criatividade para produzir notícias para jornalista nenhum botar defeito. A ideia do projeto surgiu depois de diagnósticos que Carlos realizou com a turma ao longo de um bimestre. As produções dos alunos eram bastante primárias e se restringiam ao campo da imaginação. "Eles também desconheciam autores importantes, como Monteiro Lobato, e não apresentavam um repertório relevante de leitura, limitando-se, muitas vezes, às obras pedidas pela escola", conta. O hábito de ler jornais ou assistir a noticiários tampouco fazia parte da rotina.

Carlos, então, elaborou um projeto para aprimorar a interpretação de texto, apresentar novos gêneros à garotada e ensinar as etapas de planejamento, produção e revisão textual. A proposta consistia em escrever notícias retrabalhando o conteúdo de fábulas. "Relacionar diferentes tipos de texto é uma boa estratégia para que os alunos passem a diversificar a estrutura de suas produções", explica Manuela Prado, professora do Colégio Santa Cruz, em São Paulo.

Formiga mata cigarra a cadeiradas

No dia 08 de maio de 2013, na cidade de Lages, serra catarinense, uma cigarra foi brutalmente assassinada a cadeiradas. O crime foi cometido por uma formiga por motivo até agora desconhecido. A cigarra era moradora de rua e ganhava a vida cantando na praça da cidade, vivendo de doações das pessoas. Contudo, devido rigoroso inverno serrano, o movimento na praça se reduziu para ver as apresentações da cigarra. Dessa forma, por estar com frio e fome, a cigarra implorou abrigo e comida na porta da formiga. Desconfia-se que elas já tinham um desafeto anterior e que a formiga tinha inveja da cigarra cantar tão bem. As duas discutiram e a formiga nervosa matou a cigarra a cadeiradas, deixando seu corpo congelar lá fora. Os vizinhos esquilos escutaram os gritos e a discussão e denunciaram o crime à polícia. Rapidamente, os policiais chegaram em prender uma formiga em flagrante. Ela por sua vez, negou a autoria do crime e disse que só fará declarações na presença de um advogado.

De acordo com as circunstâncias, pode se dizer que a formiga já planejava matar a cigarra há muito tempo. Se condenada a acusada poderá receber pena de até 30 anos de prisão em regime fechado por homicídio qualificado

Adequação: o uso de expressões comuns nos jornais (como "desconfia-se") mostra que a turma se apropriou do gênero.

Atratividade: os alunos se preocuparam em narrar os fatos como se fossem reais, dando credibilidade ao texto.

Versões incrementam a compreensão O professor optou por começar pela fábula após identificar ser esse o gênero mais conhecido pelos estudantes. Ele pediu uma pesquisa na biblioteca e a leitura de alguns exemplos em casa, que foram discutidos depois em classe. Carlos fez perguntas como: "Quem são os personagens? O que há de comum em todas essas fábulas?". "São todos animais, têm sentimentos humanos, são histórias curtinhas que têm uma moral", responderam.

Na aula seguinte, o professor apresentou a fábula A Cigarra e a Formiga e duas adaptações do texto feitas por Monteiro Lobato: A Cigarra e a Formiga Boa e A Cigarra e a Formiga Má. A intenção de Carlos era ampliar o repertório dos alunos e, ao mesmo tempo, levá-los a pensar sobre a reescrita de uma história.

Curto e direto: entendendo o jornal A discussão foi o gancho para começar a segunda etapa do projeto. "Assim como Monteiro Lobato fez uma releitura da história original, nós também faremos algo parecido, só que vamos usar outro gênero textual: a notícia", explicou o educador. Em seguida, pediu que as crianças sentassem em roda e distribuiu vários jornais, propondo que identificassem as partes que os compõem: cadernos, notícias, charges etc.

Feita a primeira análise, Carlos convidou a sala a observar as manchetes e destacou fatores que as caracterizam, como o uso de títulos nominais, a composição curta e a busca pela atenção do leitor. A turma criou manchetes com base em notícias lidas. Em seguida, o educador passou à discussão sobre a escrita, mostrando as duas características principais da notícia: o lead e a pirâmide invertida. Partindo de exemplos reais, explicou que o primeiro parágrafo da narrativa jornalística busca responder "quem", "o que", "quando", "onde", "como" e "por quê", e que o texto parte dos fatos mais importantes para chegar aos de menor relevância.

Moral da história: leia o lead

Conhecidos os dois gêneros, os alunos seguiram para o grande desafio: transformar uma fábula em notícia. Para começar, o professor propôs a escrita coletiva de um primeiro texto. Ele foi ao quadro e produziu uma notícia com a participação de todos, baseando-se na famosa história da cigarra e da formiga. Carlos desenhou uma pirâmide e pediu a contribuição dos alunos para encadear os fatos do mais para o menos importante. "O que aconteceu? Onde aconteceu?". "Era preciso imaginar o contexto de um crime, dando dramaticidade ao fato e contando-o como se fosse real", explica o docente. "Ver o professor em ação, pensando, criando, decidindo quais informações vale a pena incluir no texto é uma referência importante para a turma", diz Cláudio Bazzoni, assessor da rede municipal de São Paulo.

As crianças, então, foram colocadas em duplas para dar início às próprias produções. A sala elegeu como tema a fábula A Cigarra e a Formiga Má. Carlos propôs que escrevessem uma primeira versão da notícia, inspirados nas discussões que tiveram nas etapas anteriores. Em seguida, o educador distribuiu um roteiro de revisão (veja as questões abaixo). A proposta era que os alunos fizessem essa primeira análise sozinhos, atentando para pontos que tinham deixado passar e conferindo se haviam dado conta das especificidades pedidas. Para o educador, essa revisão foi o ponto-chave do projeto e deu condições para que as crianças refletissem sobre o processo de escrita.

Terminadas as discussões, as duplas escreveram novas versões para o texto. "Nessa fase de produção e revisão, procurei atender todos em suas carteiras para sanar as dúvidas e auxiliá- los", diz Carlos. "Eu tinha um aluno que escrevia quatro ou cinco linhas e parava - não conseguia desenvolver o texto além disso. Ao final, com a ajuda do colega de dupla, ele pôde elaborar todas as partes e apresentou uma notícia bem estruturada." Escritos os textos, o educador propôs que preparassem manchetes e ilustrações. O resultado foi uma coletânea de minijornais. Além de esclarecer o propósito comunicativo da notícia, a situação pode ser aproveitada como meio para os alunos escreverem para suportes reais, a exemplo do jornal da escola ou do bairro.

"Eles passaram a valorizar o planejamento e a revisão do que produzem", avalia Carlos, que acertou ao incluir textos curtos e de fácil compreensão em sua proposta de abordagem de dois gêneros. "As crianças puderam não só identificar suas características como fazer inferências e relacioná-las com outras produções", afirma Manuela.

Quer melhorar seu texto?
Siga este roteiro de revisão e analise a sua escrita

  • A manchete é criativa? Instiga o leitor a ler?

  • O lead responde às seis perguntas básicas de uma notícia?

  • As informações mais importantes estão na parte de cima da notícia, seguindo o esquema da pirâmide invertida?

  • A fábula foi recriada de modo adequado?

  • Todos os fatos estão narrados de maneira clara e objetiva?

  • A linguagem da notícia é impessoal?

  • Há algum erro de ortografia, concordância ou outro elemento que fuja à norma-padrão da língua?

  • Peça que o colega leia e avalie seu texto.

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Escola Municipal Justiniano José Machado.

Data: 15/03/2021

Disciplina: Língua Portuguesa

Professora: Joissy Borges da Silva

Conteúdo: Leitura e interpretação do texto.

Aluno ( a ): ________________________________

Série: 8º Ano _____

v  Assista ao vídeo no link abaixo.

             https://youtu.be/09q2sesVZK0

v  Releia o texto e copie as atividades abaixo no caderno. ( Obs: Não tem que copiar o texto )

Hiperconectividade pode afetar convívio social na adolescência

Adolescentes lideram o ranking no uso de celulares e internet, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE )

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os adolescentes lideram o ranking no uso de celulares e internet. Porém, a hiperconectividade em uma idade tão precoce, em que o cérebro ainda está em desenvolvimento, pode ser mais perigoso do que se imagina. Segundo a neuropsicóloga Thaís Quaranta, especialista em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), um dos aspectos mais prejudicados relacionados ao uso excessivo do celular na adolescência é o desenvolvimento das habilidades sociais e afetivas.

“A tecnologia tem seus benefícios. Entretanto, o uso excessivo, em uma idade em que o indivíduo ainda está em formação, pode acarretar em problemas na interação social, aumentar a solidão, o risco de desenvolver depressão, além de outras condições, como a dependência da internet, reconhecida com um Transtorno do Controle de Impulsos”. 

 Um mundo paralelo

         “O que vemos no dia a dia são adolescentes que trocam encontros pessoais e deixam de sair para usar as redes sociais. Acabam até mesmo se isolando do próprio convívio familiar para viver numa espécie de mundo “paralelo”. O mundo real se confunde com o mundo virtual. Procuram lidar com os sentimentos, típicos dessa fase da vida, com os amigos ‘virtuais’ ou ainda com recursos que encontram na internet, que, infelizmente, nem sempre são confiáveis ou os mais indicados”, comenta a neuropsicóloga. 

           A verdade é que o uso sem moderação da tecnologia só reforça ainda mais o isolamento social, além de interferir no desenvolvimento das habilidades sociais, que são cruciais para a vida adulta.

          Thaís lembra que é justamente na adolescência que o convívio social se amplia. “Os adolescentes que trocam a vida real pela virtual têm sua capacidade de socialização comprometida e isso irá se refletir, por exemplo, na vida profissional e nos relacionamentos afetivos quando chegarem na vida adulta”.  

Riscos

          Uma pessoa que na adolescência teve oportunidades de construir relacionamentos sociais reais e usou a tecnologia dentro dos limites, certamente irá levar essas habilidades para a fase adulta.

          “Por outro lado, o uso excessivo da tecnologia por adolescentes pode levar ao desenvolvimento de características como comportamento antissocial, agressividade, distúrbios do sono, ansiedade, depressão, problemas de aprendizagem e dependência da internet”, ressalta a psicóloga.

          Thaís lembra ainda que o uso desmedido da tecnologia e sem controle dos pais, pode incentivar o bullying e o acesso a conteúdos inapropriados para menores de idade. 

Porto seguro

           A família é e sempre deve ser o porto seguro para o adolescente. Ao contrário do que se possa pensar, é justamente nessa fase da vida que os pais devem prestar mais atenção aos comportamentos dos filhos e impor limites e regras.

         “Muitos pais trabalham fora de casa e não conseguem acompanhar o que o filho adolescente faz durante o dia. Entretanto, é preciso encontrar maneiras de estabelecer limites para tudo, não só para o uso das tecnologias. Os pais também precisam dar o exemplo, ou seja, não adianta exigir que o adolescente não use o celular o tempo todo se os pais não largam o aparelho nem para comer”, reflete Thaís.

           Veja algumas dicas da neuropsicóloga para os pais:

 Idade: A maioria das redes sociais exige que a pessoa tenha mais de 18 anos para entrar. Porém, se seu (sua) filho (a) tem um perfil e é menor de idade, lembre-se que você é responsável. Assim, tenha acesso ao login e senha e monitore o acontece por lá.

Tempo: Estabeleça um tempo por dia para usar o celular, jogar videogame, etc. Lembre-se de não abrir exceções. Se for o caso, retire o dispositivo do adolescente se as regras não forem respeitadas.

Controle: Procure pelo histórico de acessos aos sites que tipo de conteúdo o adolescente acessa. Hoje, há alguns aplicativos que ajudam a bloquear certos conteúdos. Além disso, é bom entender que tipo de informação é procurada.

         A melhor estratégia é você manter com o adolescente uma relação de confiança, respeito e autoridade. Converse, entenda as dificuldades do momento, procure ajudar como puder.

Incentivo: Procure incentivar os encontros pessoais com os amigos, com familiares, etc. Planeje programas que possibilitem conhecer pessoas novas para que o adolescente possa treinar sua socialização fora do ambiente virtual.

Falar com a escola: Não espere as reuniões para saber se está tudo bem na escola. Ligue, mande e-mail, procure os coordenadores para verificar o andamento escolar, o comportamento, as amizades. Inclusive, várias escolas usam aplicativos que facilitam essa comunicação.

Ajuda especializada: Como dizem por aí, os pais não nascem com manual de como serem pais. Então, se você percebeu que a situação está fora do controle, procure um psicólogo. O profissional está qualificado para orientar os pais, assim como para trabalhar as dificuldades junto ao adolescente.

           “A tecnologia existe e pode ser usada de forma positiva. Proibir não é o caminho. É preciso ensinar o adolescente a usar de forma consciente e responsável, com limites e regras bem delimitados”, conclui Thaís.

1) Releia o texto e responda:

a) No texto que você leu, qual foi o gancho a partir do qual o jornalista desenvolveu a reportagem?

b) Transcreva o título e a linha fina dessa reportagem?

c) No primeiro parágrafo da reportagem, chamado de lide, é possível perceber não apenas o assunto mais relevante que será tratado, mas também o posicionamento do repórter diante desse assunto. Que posicionamento é esse?

2) Releia o trecho a seguir.

           “A tecnologia existe e pode ser usada de forma positiva. Proibir não é o caminho. É preciso ensinar o adolescente a usar de forma consciente e responsável, com limites e regras bem delimitados”, conclui Thaís.

·        Qual é a função das aspas nesse trecho?

3) Leia o trecho a seguir, extraído da reportagem:

        ''A tecnologia tem seus benefícios. Entretanto, o uso excessivo, em uma ideia em que o indivíduo ainda está em formação, pode acarretar em problemas na interação social, aumentar a solidão, o risco de desenvolver depressão, além de outras condições, como a dependência da internet, reconhecida com um transtorno do controle de impulsos.''a)A frase que antecede o termo destacado indica uma avaliação que a especialista em terapia cognitivo comportamental (TCC) faz da interne. O termo em destaque foi usado para introduzir:I. Uma avaliação que reforça os benefícios trazidos pela tecnologia.II. Uma avaliação que põe em contraste a afirmação anterior, de que a tecnologia tem seus benefícios.III. Uma avaliação que traz os prós e contras do uso das tecnologias.

b) Se substituíssemos a palavra entretanto pela expressão entre os quais, nesse trecho, haveria necessidade de alterar as outras frases? Justifique.

c) Qual é a importância do emprego da palavra entretanto na construção da ideia que a autora quer transmitir?