Qual a importância dos organismos decompositores na natureza

Os decompositores compõem um nível trófico da cadeia alimentar. Eles desempenham funções ecológicas importantes, como, por exemplo, a reciclagem de matéria orgânica. Assim, o processo de decomposição é fundamental para que os nutrientes provenientes de um organismo morto retornem ao solo (meio abiótico). Neste texto, aprenda mais sobre os tipos de decompositores, quais são as suas funções e características.

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Os decompositores, ou também chamados de saprófagos, são seres vivos heterotróficos que se alimentam de matéria orgânica morta proveniente de corpos mortos ou excretas de outros organismos. Esse processo é chamado de decomposição e consiste na degradação de moléculas orgânicas em nutrientes inorgânicos, como, por exemplo, a água, o fósforo e o nitrogênio. Dessa forma, esses seres vivos são fundamentais para a manutenção dos ciclos biogeoquímicos.

Relacionadas

Na cadeia alimentar, os decompositores podem atuar em todos os níveis tróficos. Isso porque a sua ação ocorre após a morte de qualquer ser vivo, seja ele um produtor ou consumidor. Esses seres vivos são representados principalmente por fungos, bactérias e protozoários. Mas outros animais como as aves, as minhocas e até mesmo alguns mamíferos se alimentam de matéria orgânica morta e facilitam a ação dos microrganismos.

Tipos de animais decompositores

Os decompositores são microrganismos como fungos, bactérias e protozoários. Porém, outros animais podem atuar degradando a matéria orgânica. Por isso eles são classificados em três tipos principais, de acordo com a origem da matéria orgânica. Então, veja, abaixo, as características e os representantes de cada tipo:

  • Seres coprófagos: são seres vivos que se alimentam de matéria orgânica encontrada nas fezes de outros animais. Exemplos: alguns tipos de fungos, moscas e besouros;
  • Seres detritívoros: esse tipo de decompositor se alimentam de detritos de animais ou vegetais mortos, facilitando a ação dos microrganismos decompositores. Exemplos: minhocas, algumas lesmas, caracóis e tatu-bolinha;
  • Seres necrófagos: são animais carnívoros que podem se alimentar de cadáveres ou partes de outros animais que já estão em decomposição. Os microrganismos iniciam o processo de decomposição para que depois os seres necrófagos possam se alimentar. Por isso, podem ser chamados, popularmente, de carniceiros. Exemplos: urubus, hienas e alguns insetos, como as moscas.

Esses animais podem ser considerados, didaticamente, como decompositores, já que auxiliam o processo de decomposição. Porém, é a ação dos microrganismos que transforma a matéria orgânica em inorgânica.

Funções dos decompositores

Como falado anteriormente, os decompositores reciclam a matéria orgânica, fazendo com que os nutrientes inorgânicos voltem ao solo. Dessa forma, é possível reutilizá-los em uma nova etapa dos ciclos biogeoquímicos. Essa ciclagem de nutrientes é fundamental para a manutenção do ecossistema, pois garante um equilíbrio ecológico em que novos organismos podem utilizar esses nutrientes para produzir mais matéria orgânica.

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Tanto os seres decompositores quanto os detritívoros são organismos que atuam no processo de decomposição. Porém, a principal diferença é que os seres decompositores são microrganismos, representados pelos fungos, bactérias e protozoários, que transformam a matéria orgânica em inorgânica. Enquanto os seres detritívoros são animais carnívoros que se alimentam de cadáveres, podendo auxiliar o processo de decomposição.

Aprenda mais sobre os decompositores

Abaixo, você encontra uma seleção de vídeos para te ajudar no entendimento do conteúdo estudado e aprofundar seus conhecimentos:

Seres decompositores na cadeia alimentar

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Nessa aula, relembre os conceitos básicos sobre a cadeia alimentar e aprenda a função e importância dos decompositores. Aproveite o vídeo para tirar as dúvidas que ainda restam sobre o assunto.

A decomposição na compostagem

A compostagem é uma alternativa mais sustentável para o descarte do lixo. Isso porque a técnica consiste em transformar a lixo orgânico em adubo natural. Esse processo ocorre graças a ação dos decompositores. Veja o vídeo e saiba mais informações sobre a decomposição que ocorre na compostagem.

Importância da decomposição

Os decompositores compõe um dos níveis tróficos da cadeia alimentar e atuam na decomposição da matéria orgânica. Mas qual a importância da decomposição? Assista ao vídeo e entenda como esse processo ajuda outros seres vivos com a devolução de nutrientes para o solo.

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Os decompositores são seres vivos que atuam na reciclagem dos nutrientes. Esses organismos transformam a matéria orgânica em inorgânica e deixam ela disponível no solo para os outros animais. Continue seus estudos em biologia e aprenda mais sobre o mutualismo, um tipo de relação ecológica entre duas espécies que ocorre nos ecossistemas.

Referências

A economia da natureza – Robert Ricklefs & Rick Relyea (2017)

Exercícios resolvidos

1. [PUC-CAMPINAS]

Ao queimar o bagaço da cana para obter energia, o homem está desempenhando um papel comparável ao nível trófico dos:

a) Produtores primários

b) Desnitrificantes

c) Decompositores

d) Predadores

e) Parasitas

A alternativa correta é c) Decompositores.

É possível fazer essa comparação porque durante o processo de queima, uma matéria orgânica está sendo consumida para a produção de energia. Fato semelhante acontece durante a ação dos decompositores, que se alimentam de matéria orgânica para sobreviver. Ou seja, eles utilizam a matéria orgânica morta como uma fonte energética.

2.

Sobre os decompositores, assinale a alternativa correta:

a) os decompositores são representados principalmente por fungos, bactérias e plantas; b) os seres detritívoros são animais carnívoros que atuam no processo de decomposição; c) os saprófagos são um tipo de decompositores que se alimentam apenas de resíduos vegetais; d) o processo de decomposição é caracterizado pela transformação de moléculas de carbono em água;

e) os decompositores são seres autótrofos que podem se alimentam de matéria orgânica disponível do solo.

A alternativa correta é b) os seres detritívoros são animais carnívoros que atuam no processo de decomposição.

Os seres detritívoros podem ser considerados um tipo de decompositor, pois atuam no processo de decomposição. Eles se alimentam de restos corporais de outros animais, facilitando a ação dos microrganismos decompositores.

InícioNaturalArtigosFungos – Decompositores da Natureza

Fungos são os principais decompositores da natureza, quebrando os produtos orgânicos e reciclando carbono, nitrogênio e outros compostos do solo e do ar.

Classificação dos seres decompositores na natureza

Os decompositores podem ser classificados pelos fungos, bactérias e protozoários, com as seguintes características:

  • Fungos: Realizam o processo de reciclagem, por meio das hifas fúngicas;
  • Protozoários: Ingerem partículas orgânicas nos sedimentos em decomposição;
  • Bactérias: Através do uso da energia solar, de fonte química e de compostos orgânicos, são altamente eficientes no processo de decomposição.

É possível encontrar também os animais carniceiros, que estão no início da cadeia detritívora, porém, desempenham também um papel importante na decomposição.

Qual a importância dos organismos decompositores na natureza
Exemplo de espécie de fungo, um importante decompositor da natureza.

Qual é a importância dos fungos na cadeia alimentar?

Por sua característica de reciclagem de matéria orgânica, os fungos auxiliam expressivamente no aporte de nutrientes às plantas, que por sua vez conseguem proliferar e realizar suas respectivas funções vitais de fotossíntese e biodiversidade da flora.

Características gerais dos fungos

Os fungos são os principais decompositores da natureza, altamente adaptados para viver na matéria orgânica em decomposição, com características marcantes, conforme veremos a seguir:

  • Alimentação heterotrófica, do tipo saprófita ou parasita;
  • Os fungos, em sua maioria terrestres, reproduzem-se por meio de esporos, os quais usualmente têm dispersão pelo vento;
  • A maioria dos fungos é sapróbia, isto é, eles vivem na matéria orgânica em decomposição;
  • Presença de filamento celulares chamados hifas, que em conjunto constitui uma espécie de tecido próprio dos fungos, o micélio – responsável por todas funções vegetativas do organismo;
  • A membrana celular dos fungos é formada na maioria dos casos, por quitina, e em outros, por celulose;
  • Fungos são organismos não fotossintetizantes que crescem rapidamente e, caracteristicamente, formam filamentos chamados hifas, as quais podem ser septadas ou asseptadas;
  • Fungos parasitas geralmente têm hifa especializada (haustório) por intermédio da qual extraem carbono orgânico das células vivas de outros organismos;
  • A designação de fungos engloba uma grande variedade de organismos que apresentam um talo unicelular e pluricelular, com um núcleo celular, e sem clorofila;
  • A obtenção de alimento efetua-se por absorção através das paredes das células, onde os elementos nutritivos devem estar em forma de solução. O micélio segrega umas enzimas especiais que atuam sobre as substâncias, liquefazendo-as;
  • Os fungos inferiores, em especial as leveduras, multiplicam-se por gemulação;
  • A multiplicação vegetativa a partir de partes do micélio, é muito comum nestes organismos, que se reproduzem por esporos e sexuadamente;
  • Os fungos são um vasto grupo que compreende quase um terço dos organismos existentes na terra e a sua importância para os ecossistemas terrestres é muito grande;
  • Em conjunto com as bactérias e os protozoários, os fungos, em especial os microscópicos, decompõem a matéria orgânica do solo contribuindo para o aumento da sua fertilidade.

Classificação dos fungos

Os chamados fungos verdadeiros têm a categoria sistemática de divisão e englobam três classes: arquimicetos, ficomicetos e eumicetos. Existem, no entanto, outros fungos cujas características apresentam divergências, como são os mixomicetos.

Mixomicetos 
  • São organismos cujo corpo vegetativo é um plasmódio, isto é, um conjunto de elementos plasmáticos unidos e sem parede celular, que se assemelham a uma ameba de grande tamanho;
  • Durante muito tempo, os mixomicetos ocuparam uma posição intermediária entre o reino animal e vegetal, classificando-se há algum tempo entre os vegetais;
  • Alimentam-se de bactérias, protozoários e algas microscópicas, que são digeridos no interior de alguns vacúolos, enquanto outros se encarregam de acumular os resíduos e expulsá-los por meio de movimentos pulsativos;
  • O ciclo reprodutor dos mixomicetos começa quando, em determinadas condições, o plasmódio se fixa ao solo e produz esporângios, contendo no interior numerosos esporos. Estes dispersam-se e, depois da germinação, formam uma célula flagelada que é capaz de se deslocar sobre uma superfície;
  • A célula perde lentamente os flagelos e converte-se numa espécie de ameba chamada mixameba. Mais tarde as mixamebas unem-se aos pares e dão lugar a um ovo ou zigoto. Por último, vários zigotos desenvolvidos unem-se constituindo um novo plasmódio.
Ascomicetos
  • São os fungos mais sensíveis, pois quase não têm micélio e partilham várias características com os mixomicetos;
  • Têm uma fase amebóide e outra flagelada;
  • Formam plasmódios plurinucleados que produzem esporos ciliados (zoósporos) e gametas;
  • Vivem sobre tecidos vegetais como saprófitas ou parasitas, penetrando no interior das células afetadas, sendo agentes causadores de diversas doenças em plantas cultivadas.
Ficomicetos
  • Os ficomicetos ou (conforme a etimologia do termo) fungos-algas, recebem esta última designação pela semelhança do seu micélio com o talo de algumas algas;
  •  Este micélio, sem membranas transversais, tem o aspecto de um tubo (tubuliforme) às vezes ramificado, e apresenta numerosos núcleos;
  • Reproduzem-se por meio de esporos flutuantes com um ou dois flagelos (zigósporos), e sexuadamente através da união de gametas, que podem ser iguais ou diferentes.
Eumicetos
  • Esta classe, a dos fungos superiores, é a mais evoluída das três pois possuem um micélio pluricelular bem desenvolvido, dividido internamente por membranas transversais;
  •  Se reproduzem por meio de corpos frutíferos, bem diferenciados do resto do micélio, que produzem esporângios de dois tipos: células grandes de forma tubular ou globosa situadas no extremo das hifas férteis (recebendo o nome de ascos que contêm no seu interior os ascósporos) e células terminais das hifas, dilatadas, com quatro prolongamentos no extremo, em cada um dos quais se encontra um esporo; estas formações recebem o nome de basídio e os esporos que contêm o de basidiósporos;
  • Os fungos com o primeiro tipo de esporângio, ou seja, os ascos, chamam-se ascomicetos, e os segundos basidiomicetos. Estes dois grupos têm a categoria sistemática de subclasse.
Qual a importância dos organismos decompositores na natureza
Exemplo de espécie de fungo, um importante decompositor da natureza.
Ascomicetos
  • Estes fungos, envolvendo cerca de 20.000 espécies, possuem um micélio muito desenvolvido, com hifas e células de um ou vários núcleos;
  • Nas espécies menos evoluídas, os ascos não apresentam proteção, enquanto as mais desenvolvidas têm uma estrutura de forma globosa ou alongada (ascocarpo) que contém os ascos. Estes produzem geralmente 4 ou 8 esporos (ascósporos), muito raramente 16 ou 32;
  • Os ascos reúnem-se, com frequência, numas estruturas chamadas himênios, que contêm as hifas estéreis;
  • Em alguns fungos deste grupo, como as trufas, os ascos encontram-se incluídos numa massa que é, neste caso, um corpo comestível;
  • Além dos ascósporos, os ascomicetos produzem também outro tipo de esporos, os chamados conídios, que se originam em hifas especiais;
  • Os ascomicetos incluem espécies parasitas, saprófitas e simbiontes. Algumas delas causam doenças nas plantas, se bem que, por vezes, as substâncias que produzem tenham aplicações médicas, como é o caso da cravagem do centeio (Claviceps purpurea), que contém vários alcalóides;
  • Entre os ascomicetos macroscópicos encontram-se alguns comestíveis, como as já mencionadas trufas, muito apreciadas pelo seu aroma, e diversas espécies de cogumelos do género Morchella.
Basidiomicetos
  • Compreendem cerca de 15.000 espécies de fungos muito evoluídos, incluindo a maioria dos conhecidos “cogumelos”, tanto comestíveis como venenosos;
  • O corpo frutífero, estroma, tem a forma de um pé ou estirpe que sustenta um “chapéu” ou umbráculo;
  • O himênio que contém os esporos encontra-se na parte inferior do chapéu;
  • Os esporos, geralmente em número de quatro, ao caírem num substrato adequado germinam e produzem um micélio primário que irá, por sua vez, produzir outros esporos; em seguida, estes formam um micélio secundário;
  • Os fungos deste grupo crescem em todas as regiões de clima temperado e quente;
  • A espécie Amanita phalloides, com o chapéu amarelo e o pé branco tracejado de amarelo, é um dos cogumelos mais venenosos, sendo mortal;
  • A espécie Amanita muscaria também é uma espécie venenosa ocorrendo nos reflorestamentos de Pinus;
  • Pertencem também aos basidiomicetos as ferrugens, que causam grandes prejuízos nas culturas de cereais.

Qual a importância dos fungos para o ser humano?

Os fungos são altamente versáteis, atuando em determinadas áreas como aliados na produção de antibióticos, fermentação de queijos e produção de cogumelos comestíveis. Conforme a pesquisa de fungos avançou, os mesmos passaram a ser cobiçados pelas empresas, para o controle de qualidade de produtos industrializados.

Dizer que um queijo está embolorado não significa necessariamente que ele esteja estragado. Pelo contrário, o sabor dos queijos Roquefort, Gorgonzola e Camembert depende do trabalho dos fungos. No dois primeiros tipos, o gosto picante e o forte aroma somente são obtidos por meio da perfuração de suas massas já prontas, onde são introduzidos bolores que ali se desenvolvem com a presença de ar.

Além disso, os bolores e mofos tornaram-se mais um instrumento dos cientistas nas pesquisas com medicamentos, desinfetantes, inseticidas e, mais recentemente, com anticorrosivos e simplificadores dos mecanismos de produção de álcool.

Maria Beatriz Ayello Leite
Redação Ambientebrasil

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