Quanto que uma mulher ganham em comparação ao homem

Pesquisa aponta 20 profissões em que a porcentagem salarial para cargos ocupados pelo sexo feminino ultrapassa em até 25% dos conquistados pelos homens.

Apesar da participação das mulheres no mercado de trabalho ter aumentado consideravelmente nas últimas décadas, a diferença salarial entre profissionais do sexo masculino e feminino que ocupam cargos similares, geralmente, pesa a favor da ala masculina. No Brasil, esse percentual ainda é acentuado em algumas profissões. No ranking "Desigualdade Global de Gênero de 2009" realizado pelo Fórum Econômico Mundial, que avalia a desigualdade entre homens e mulheres, o país ficou apenas na 82ª posição.

Ainda sim, é notável em pesquisas divulgadas pelo mundo sobre o tema, uma tendência gradativa na diminuição entre a diferença na remuneração ganha por homens e mulheres. Em alguns casos, o salário já é até maior para o sexo feminino. Um recente levantamento divulgado pela empresa Catho Online, classificado online de currículos e empregos, relatou algumas dessas profissões em que a remuneração feminina alcança valor maior, comparado com os pares masculinos.

O resultado da pesquisa identificou áreas em que as mulheres recebem salários de 3% (Arquiteto Pleno) a 25% (Professor – Doutor) maiores, quando comparados com os dos homens.

De acordo com Marco Soraggi, diretor da Pesquisa Salarial da Catho Online, "nem sempre vale a regra de que os homens ganham mais do que as mulheres. Elas se destacam em profissões onde estão mais presentes, como nas áreas de moda, letras, psicologia, enfermagem, recursos humanos, nutrição, entre outras".

A 31ª Pesquisa Salarial e de Benefícios aponta maior diferença de salários entre homens e mulheres nos cargos de professores com doutorado, modelistas e gerentes de hotéis. Confira os 20 cargos divulgados na pesquisa. 

Cargos % de quanto a mulher ganha a mais em

relação ao homem

Professsor – Doutor 25%
Modelismo – Estilismo 22% 
Gerente de Hotel  22% 
Terapeuta Ocupacional (Fisioterapia)  19% 
Professor Graduado  16% 
Recepcionista – Hotel  16% 
Estagiária Enfermagem  13% 
Analista Pleno – Jornalismo  13% 
Coordenador de Biblioteca  11% 
Coordenador, Supervisor ou Chefe de Treinamento
e Desenvolvimento RH
 10% 
Réporter  9% 
Psicólogo Hospitalar  9% 
Analista Pleno – Vendas  8% 
Analista de Recrutamento e Seleção Pleno  6% 
Analista Pleno – Atendimento ao Cliente  6% 
Bibliotecário  6% 
Secretária Executivo  4% 
Secretária Bilíngue  3% 
Arquiteto Pleno  3% 

Fonte: Pesquisa Salarial Catho Online

Essa notícia foi publicada no Administradores, em 16/04/10.

As mulheres em Portugal têm mais dificuldades em arranjar trabalho e chegam a ganhar 78% do salário dos homens em empregos com as mesmas qualificações, revela um relatório da OCDE.

Estas são algumas das conclusões do relatório “Education at a Glance 2021”, divulgado esta quinta-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), sobre o estado da educação no mundo.

Na escola, as raparigas têm melhores desempenhos e chumbam menos do que os rapazes. São também cada vez mais as que chegam ao ensino superior, mas no momento de entrar no mercado de trabalho, a situação complica-se.

As mulheres jovens têm menos probabilidade de ter emprego do que os homens, especialmente aqueles com níveis de educação mais baixos”, lê-se no relatório sobre a situação relativa a Portugal.

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No ano passado, apenas 65% das mulheres entre os 25 e os 34 anos que tinham concluído o 9.º ano estavam empregadas, em comparação com 80% dos homens em Portugal.

O estudo revela, no entanto, que esta diferença de género é menor do que a média nos países da OCDE, onde 43% das mulheres e 69% dos homens com conclusão do ensino médio estão empregados.

Além da dificuldade em encontrar trabalho, também os ordenados das mulheres em idade ativa são mais baixos na maioria dos países da OCDE.

“As mulheres de 25 a 64 anos ganham menos do que seus pares do sexo masculino: os seus ganhos correspondem a 76%-78% dos ganhos dos homens em média nos países da OCDE”, refere o documento.

Em Portugal, as mulheres com ensino superior têm rendimentos mais baixos em relação aos homens com nível de educação semelhante, ganhando o correspondente a 73% do ordenado dos homens. Ou seja, pelo mesmo trabalho e com a mesma formação, um homem ganha 2.000 euros e uma mulher 1.460 euros.

No caso dos trabalhadores com ensino básico, a diferença de salários entre géneros sobe para 78% em Portugal.

Quase metade (49%) das mulheres entre os 25 e os 34 anos tinha um diploma de ensino superior em 2020, contra 35% dos seus pares do sexo masculino, segundo dados do ano passado.

No entanto, continuam a ser uma minoria nos cursos ligados às ciências, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, na sigla em inglês), um fenómeno que se regista na maioria dos países da OCDE.

Em Portugal, as mulheres representavam 29% dos novos ingressos nos programas de engenharia, indústria e construção e 17% nos programas de informação e tecnologias de comunicação.

Apesar das desigualdades entre sexos, é o estatuto socioeconómico o que mais influencia os resultados da aprendizagem e posteriormente o sucesso no mercado de trabalho, alerta o relatório.

A nacionalidade – ser nativo ou estrangeiro – também tem impacto no sucesso educativo e em encontrar emprego.

Os adultos que nasceram lá fora têm mais dificuldade em encontrar um emprego do que os seus pares nativos e, como tal, acabam por aceitar trabalhos com salários mais baixos.

O relatório sublinha ainda que os estrangeiros que chegam ainda novos ao país e acabam por estudar cá têm mais sucesso a arranjar trabalho.

O “Education at a Glance” é um relatório divulgado anualmente pela OCDE e conta com dados estatísticos dos 37 países membros da OCDE e economias parceiras.

Mesmo com a luta pela igualdade salarial, as mulheres ainda estão em desvantagem: elas recebem 78% do que os homens ganham. É o que mostra a Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (3).

O levantamento foi feito com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) entre 2012 e 2020.

A diferença entre o que ganha um homem e uma mulher é de mais de 20%. Os valores se referem ao rendimento médio real por mês, já considerada a inflação do período.

2012

  • Mulheres: R$ 1.806
  • Homens: R$ 2.468

Ou seja, mulheres ganhavam o equivalente a 73,18% do rendimento dos homens.

2019

  • Mulheres: R$ 1.951
  • Homens: R$ 2.531

Ou seja, mulheres ganhavam o equivalente a 77% do rendimento dos homens.

2020

  • Mulheres: R$ 2.037
  • Homens: R$ 2.608

Ou seja, mulheres ganhavam o equivalente a 78,1% do rendimento dos homens.

Áreas de atuação

A pesquisa também mostra as áreas da economia em que as mulheres mais ocupam postos de trabalho. A categoria "administração pública, educação, saúde e serviços sociais" é onde elas têm a maior presença: são 9,8 milhões de mulheres empregadas, contra 5,8 milhões de homens.

Na construção civil, por outro lado, eram apenas 263 mil mulheres empregadas em 2020, contra 6 milhões de homens.

População e idade ativa cai

Analisando toda a situação do emprego, a porcentagem de pessoas em idade ativa trabalhando caiu cinco pontos percentuais de 2019 para 2020, chegando a 51%.

É a primeira vez, segundo o IBGE, que essa taxa cai para perto dos 50%.

O número conta as pessoas desocupadas e subutilizadas (aqueles que podem trabalhar por mais horas do que realmente cumprem nas jornadas). Os jovens de 14 a 29 anos foram os mais afetados.

A desvantagem estrutural para esse grupo é conhecida, uma vez que a ocupação dos jovens tende a ser atingida com maior intensidade em contextos de crise e costuma ter o restabelecimento mais lento.
IBGE

Ano prejudicado pela pandemia

No geral, os dados mostram que a pandemia prejudicou todo o mercado de trabalho, desde a ocupação das vagas de emprego até saúde e habitação.

O consumo médio dos integrantes das famílias caiu 6,2% no ano passado, um resultado pior que o de 2019, que já foi ruim (-4,8%).

Na avaliação dos pesquisadores do IBGE, o cenário econômico desfavorável, que já havia trazido impactos negativos, "agravou-se excepcionalmente em 2020, o que foi percebido na maior parte dos indicadores analisados".

A taxa de ocupação de empregos caiu de 56,4% em 2019 para 51%, enquanto a taxa de subutilização (pessoas que trabalham menos de 40 horas semanais, mas que queriam e estariam disponíveis para exercer uma carga horária maior) subiu de 24,4% para 28,3%.

O número pode ser explicado pelo BEm (Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda), que reduziu a jornada de trabalho em até duas horas no ano passado (e parte de 2021), com corte temporário nos salários para evitar demissões.

O percentual de desempregados aumentou de 11,8% para 13,8% em um ano.

Os pesquisadores do IBGE notaram uma tendência "contrária à esperada" quando esses dados são comparados com outros momentos adversos da economia, como em crises econômicas anteriores.

Os resultados mostram o particular efeito da pandemia, uma vez que, diferentemente de crises anteriores, o trabalho sem carteira e por conta própria não foram capazes de absorver a força de trabalho ociosa. Ao contrário, a natureza da crise atual fez com que essas categorias fossem relativamente mais prejudicadas.
IBGE

Sem benefícios sociais, renda seria 6% menor

Em 2020, em um cenário simulado pelo IBGE no qual não houvesse programas sociais de transferência de renda, o rendimento domiciliar médio per capita (ou seja, por integrante da família) do Brasil teria sido de R$ 1.269, uma diferença de cerca de 6% em relação à média paga com Auxílio Emergencial, Bolsa Família e outros programas, que foi de R$ 1.349.

O estudo mostra que esse percentual é superior às diferenças observadas em 2012 (1,6%) e em 2019 (1,7%).