Quem usa marcapasso pode infartar
O marcapasso cardíaco é um pequeno aparelho que monitora o ritmo cardíaco e estimula o coração, caso os batimentos fiquem abaixo dos valores normais, que variam entre 60 a 100 batimentos por minuto em repouso. Show O marcapasso é colocado cirurgicamente junto ao coração e é uma das principais formas de tratamento de algumas doenças cardíacas, permitindo aliviar sintomas como cansaço excessivo ou dificuldade para respirar, que surgem quando o coração não está batendo no ritmo ideal. O marcapasso pode ser provisório, quando colocado apenas por um período de tempo para tratar uma alteração cardíaca, ou pode ser definitivo, quando é colocado para controlar doenças crônicas.
Para que serveO marcapasso monitora o coração continuamente e identifica batimentos irregulares, lentos ou interrompidos. Quando isso acontece, o marcapasso envia um estímulo elétrico ao coração, que permite regularizar os batimentos. Quando é indicadoA colocação do marcapasso é indicada quando a pessoa possui alguma doença que cause diminuição dos batimentos cardíacos para menos de 40 batimentos por minuto, como:
Além disso, o marcapasso também pode ser indicado pelo cardiologista noutras situações como após o infarto do miocárdio, depois do transplante cardíaco, para detectar ou encerrar a taquicardia, ou para tratar alguma alteração cardíaca causada pela overdose de medicamentos ou drogas. Como funciona o marcapassoO marcapasso funciona a pilhas, que duram em média 5 a 15 anos, mas existem casos em que a sua duração é um pouco menor. Sempre que a pilha estiver próxima do fim deve-se trocá-la através de uma pequena cirurgia local. Tipos de marcapassoOs principais tipos de marcapasso são:
Os marcapassos utilizados apenas em emergências médicas, não são marcapassos definitivos, sendo usados de forma temporária. Como se preparar para a cirurgiaAlguns cuidados são importantes para se preparar para a cirurgia como esclarecer com o cirurgião todas as dúvidas sobre a cirurgia e a recuperação, além de informar todos os medicamentos, vitaminas e suplementos nutricionais que toma com frequência, pois alguns podem afetar a recuperação, interferir na anestesia ou aumentar o risco de formação de coágulos ou de sangramento. Deve informar também se tem alguma alergia ou outro problema de saúde. Além disso, é recomendado não fumar e nem consumir bebidas alcoólicas antes da cirurgia, tomar banho com o sabonete recomendado pelo médico, não aplicar hidratantes, loções, perfumes ou desodorante e retirar todas as jóias, piercing e lentes de contato antes da cirurgia. É importante fazer o jejum que deve ser de pelo menos 4 horas, no horário programado pelo médico no dia anterior à cirurgia e tomar os medicamentos no dia da cirurgia apenas com um gole de água. Como é feita a cirurgiaA cirurgia para colocação do marcapasso cardíaco é feita pelo cirurgião cardíaco e é simples e rápida, geralmente leva de uma ou duas horas. Antes de iniciar a cirurgia, é administrado soro fisiológico na veia, pelo enfermeiro, para hidratar e administrar medicamentos e também para que seja feita a anestesia geral ou sedação leve. Em seguida, é feito um pequeno corte perto do ombro para alcançar a veia subclávia e inserir um fio fino até que o mesmo atinja o ventrículo direito do coração, onde será colocado o eletrodo do marcapasso. A outra extremidade do fio é conectada ao gerador de impulsos elétricos do marcapasso que ficará sobre a pele próximo à clavícula no ombro. Durante toda a cirurgia, o médico observa a inserção e a posição do marcapasso através do raio-x, para saber por onde está passando e para garantir que o marcapasso seja colocado no local correto. Cuidados após a cirurgiaComo é um procedimento simples, a pessoa já pode ir para casa no dia seguinte à cirurgia. No entanto, é importante que a pessoa com marcapasso faça repouso no primeiro mês após a cirurgia, além de fazer as consultas de retorno com o cardiologista, para avaliar o estado geral de saúde. Além disso, são necessários cuidados especiais durante a recuperação e algumas mudanças nos hábitos de vida, como:
Além disso, alguns instrumentos também estão contraindicados para esses pacientes, como o bisturi elétrico e o desfibrilador, devendo-se avisar a familiares e profissionais de saúde sobre o marcapasso, para que o aparelho seja desativado antes de qualquer procedimento que possa causar interferência. As pessoas que possuem um marcapasso no peito podem ter uma vida normal, somente evitando grandes esforços nos primeiros 3 meses após a sua colocação, no entanto ao entrar numa academia de ginástica, sempre que for a uma consulta médica de qualquer especialidade ou se for fazer fisioterapia deve mencionar que possui o marcapasso, pois esse aparelho pode sofrer interferência na proximidade de algumas máquinas. Possíveis complicaçõesAs principais complicações da cirurgia de colocação de marcapasso são infecção no local da cicatriz, sangramento ou hematoma no local em que foi feito o corte da pele. É importante comunicar ao médico ou procurar o pronto socorro mais próximo caso a pessoa apresente febre acima de 37,5ºC, pele ou unhas com cor azulada, falta de ar ou dor no peito.
Uma nova pesquisa divulgada nesta segunda-feira no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia mostra que o uso de marca-passo para regular o ritmo dos batimentos cardíacos de um paciente restaura sua expectativa de vida a seu nível normal, anterior ao aparecimento da doença cardíaca. O resultado fornece uma nova referência para que médicos e pesquisadores façam o prognóstico dos portadores da tecnologia. Os marca-passos costumam ser implantados em pacientes com algumas doenças cardíacas – como a doença do nó sinusal ou o bloqueio atrioventricular – que fazem com que seu coração bata num ritmo mais lento que o normal. O aparelho é implantado de forma cirúrgica perto do órgão, fornecendo pequenos choques elétricos que estimulam os músculos cardíacos e restauram seu ritmo natural. Segundo Erik Udo, pesquisador do Centro Médico da Universidade de Utrecht, na Holanda, estudos anteriores que descreviam a sobrevivência de pacientes portadores de marca-passo usavam dados desatualizados, com mais de 20 anos de idade, que não podem ser usados para o aconselhamento dos pacientes atuais. “Houve mudanças consideráveis na tecnologia e no perfil dos pacientes, tornando necessário um novo ponto de referência para o prognóstico moderno desse tratamento”, afirma o pesquisador. Em busca de uma nova referência, Erik Udo realizou um estudo com 1.517 pacientes de 23 hospitais holandeses, que receberam seu primeiro marca-passo entre 2003 e 2007. Os voluntários foram acompanhados por um período que variou entre 5 e 8 anos. Como resultado, o cientista descobriu que as taxas de sobrevivência desses pacientes eram de 93% após um ano do procedimento, 81% após três anos, 69% após cinco anos e 61% após sete. Os pacientes que não apresentaram nenhuma outra doença cardiovascular no momento da implantação do marca-passo tiveram uma sobrevida semelhante à população em geral. “Pacientes que sofriam de insuficiência cardíaca ou doença arterial coronariana tiveram um maior risco de morte. Por outro lado, os pacientes sem doenças cardiovasculares tiveram uma sobrevivência comparável à da população em geral”, diz Udo. Leia também: Gel poderá recuperar coração após infarto Risco de doenças do coração é maior no inverno Segundo o cientista, a pesquisa serve como uma alerta para que, após o implante do marca-passo, os médicos deem mais atenção para a detecção e o tratamento de outros problemas cardiovasculares. “Assim, ao lado do acompanhamento técnico normal, o cardiologista também deve verificar regularmente o paciente em busca de doenças cardiovasculares, para melhorar o prognóstico do paciente.” |