Por que aconteceu o desastre de brumadinho

Um painel de especialistas contratado pela mineradora Vale informou que a barragem I da mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais, rompeu quando os rejeitos sofreram uma súbita e rápida perda de resistência, fenômeno conhecido como "liquefação estática", conforme relatório sobre as causas do rompimento divulgado na manhã desta quinta-feira, 12.De acordo com os especialistas, o rompimento ocorreu devido a deformações da estrutura da barragem. Eles apontaram ainda uma redução de resistência em determinadas áreas da estrutura devido à infiltração das chuvas fortes que haviam caído na região nos dias anteriores à tragédia."A barragem era essencialmente muito íngreme e muito úmida, e o material retido pela barragem era fofo, saturado, e muito pesado e de comportamento muito frágil", destacou Peter Robertson, que liderou o painel de especialistas contratado pela mineradora, em vídeo sobre as conclusões do relatório.A Barragem I da mina do Córrego do Feijão se rompeu no dia 25 de janeiro. O acidente matou mais de 250 pessoas.O relatório dos especialistas, composto por 88 páginas, foi contratado pela área jurídica da Vale em fevereiro para relatar as causas técnicas que causaram o rompimento da barragem. O painel é formado por quatro especialistas, liderados por Robertson.A Vale ressaltou que o painel de especialistas não avaliou responsabilidades da empresa nem de pessoas envolvidas no acidente. As conclusões dos especialistas, destacou a mineradora, são exclusivas dos integrantes do painel.Além disso, o Conselho de Administração montou um comitê para investigar, em paralelo, as causas do acidente, cujo relatório ainda será divulgado.

Brumadinho, que está na região metropolitana de Belo Horizonte, enfrentou um grande desastre ambiental no dia 25 de janeiro de 2019. A Barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, rompeu-se, desencadeando uma avalanche de lama, a qual destruiu a comunidade próxima e construções da própria Vale. O terrível mar de lama não causou apenas prejuízos financeiros, sendo responsável também pela morte de dezenas de pessoas.

Leia também: Principais desastres ambientais causados pelo homem no Brasil

Barragem de Brumadinho

A barragem que se rompeu em Brumadinho tinha como finalidade, de acordo com a Vale, a deposição de rejeitos. Ainda de acordo com a mineradora, a barragem, que foi construída em 1976, estava inativada e, no momento, não havia nenhuma atividade operacional em andamento.

As causas do rompimento da barragem ainda são desconhecidas. De acordo com a Vale, a barragem possuía segurança física e hidráulica. A Polícia Federal e a Polícia Civil de Minas investigam o caso para averiguar se houve alguma irregularidade na elaboração dos documentos técnicos.

Leia também: Impactos ambientais da mineração

Mortes causadas pelo rompimento da barragem em Brumadinho

A barragem em Brumadinho rompeu-se no início da tarde de uma sexta-feira [25 de janeiro de 2019]. Como nenhum sinal de alerta foi emitido, muitas pessoas não conseguiram deixar o local a tempo.


O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais trabalha em busca de vítimas do rompimento da barragem.

Até a tarde de 1º de fevereiro de 2019, já haviam sido confirmadas 110 mortes, mas apenas 71 pessoas foram identificadas. A primeira pessoa a ter a sua identificação confirmada foi a médica Marcelle Porto Cangussu, de 35 anos de idade.

Além disso, 238 pessoas encontravam-se desaparecidas. Muitas dessas pessoas desaparecidas estavam nas instalações da Vale que foram afetadas. Sabe-se ainda que, em uma pousada local atingida, havia cerca de 35 pessoas. Ajudam nas buscas o Corpo de Bombeiros, a Força Aérea Brasileira e o Exército. Cerca de 130  militares de Israel  também participaram das buscas.

Impactos ambientais

Segundo a Vale, em Brumadinho, rompeu-se apenas uma barragem, a qual apresentava um volume de 11,7 milhões de metros cúbicos de rejeitos. A mineradora afirma ainda que a lama que foi liberada não é tóxica. Entretanto, apesar de não ser assim considerada, ela pode desencadear outros problemas ambientais, tais como:

  • Em virtude da grande quantidade de rejeitos e da velocidade em que foram liberados, a lama destruiu grande parte da vegetação local e causou a morte de diversas espécies de animais. É importante salientar que a região abrigava uma grande área remanescente da Mata Atlântica, um bioma com grande biodiversidade. Houve, portanto, uma enorme perda. De acordo com o Instituto Estadual de Florestas  [IEF] a área da vegetação impactada representa 147,38 hectares.

  • Os rejeitos da mineração atingiram ainda o rio Paraopeba, que é um dos afluentes do rio São Francisco. A grande quantidade de lama torna a água imprópria para o consumo, além de reduzir a quantidade de oxigênio disponível, o que desencadeia grande mortandade de animais e plantas aquáticas. Em relação ao rio São Francisco, a expectativa é de que a lama seja diluída antes de atingi-lo.

  • Em razão da grande quantidade de lama que foi depositada na região, o solo terá sua composição alterada, o que pode prejudicar o desenvolvimento de algumas espécies vegetais. Além dessa alteração, quando a lama seca, forma uma camada dura e compacta, que também afeta a fertilidade do solo.

Vale salientar ainda que se espera que os impactos ambientais sejam inferiores aos observados em Mariana. Entretanto, ainda não é possível mensurar todos os danos causados. Para saber mais sobre o rompimento da barragem em Mariana, também em Minas Gerais, que ocorreu um pouco mais de três anos antes da tragédia em Brumadinho, leia: Acidente em Mariana e seus impactos ambientais

Na foto, é possível observar um helicóptero sobrevoando a área atingida pelo rompimento da barragem em Brumadinho.

[Foto: Polícia Militar de Minas Gerais]

Reações de organizações ligadas ao meio ambiente

Várias organizações ligadas ao meio ambiente emitiram notas solidarizando-se com a situação em Brumadinho e cobrando leis mais severas. Veja a seguir trechos de notas emitidas por algumas dessas organizações.

  • WWF-Brasil: “Lamentamos imensamente o rompimento da Barragem I de Mina do Feijão, em Brumadinho [MG], que tirou novamente a vida de pessoas. Nossa solidariedade vai, antes de mais nada, para todos os afetados por essa tragédia.

    É importante frisar que esta é de fato uma tragédia, mas não um acidente. Um desastre dessas proporções pode – e deve – ser evitado por meio de leis ambientais que garantam a segurança das comunidades e da natureza.”

  • SOS Mata Atlântica: “A Fundação SOS Mata Atlântica se solidariza com todos atingidos e impactados por mais uma grave tragédia no país, dessa vez envolvendo uma ou mais barragens de rejeitos de minério da Barragem Feijão, em Brumadinho [MG], da empresa Vale. Já foram confirmadas 34 mortes, e se estima que ainda existam 300 pessoas desaparecidas – número de vítimas que já supera, infelizmente, o do rompimento de barragem em Mariana, três anos atrás. Trata-se, portanto, de um novo primeiro e vergonhoso lugar no ranking de maiores tragédias socioambientais no Brasil.”

  • Greenpeace Brasil: “Este novo desastre com barragem de rejeitos de minérios, desta vez em Brumadinho [MG], é uma triste consequência da lição não aprendida pelo Estado brasileiro e pelas mineradoras com a tragédia da barragem de Fundão, da Samarco, em Mariana [MG], também controlada pela Vale. Minérios são um recurso finito que devem ser explorados de forma estratégica e com regime de licenciamento e fiscalização rígidos. A reciclagem e reaproveitamento devem ser priorizados.”

Foto: Agência Brasil/EBC

Um dos temas que possivelmente estará presente no Enem em questões de atualidades é o desastre ambiental ocasionado em razão do rompimento da barragem de Brumadinho, no dia 25 de janeiro de 2019.

Com um saldo de 250 mortos e 20 desaparecidos, o acidente trouxe inúmeros prejuízos às comunidades ao redor da cidade mineira e levantou o debate em torno das medidas de segurança que devem ser adotadas em todas as barragens espalhadas pelo país.

Para você entender o que aconteceu e também sobre como funciona uma barragem, elaboramos este post com informações completas. Acompanhe.

Para que serve a barragem de Brumadinho?

A barragem de Brumadinho que rompeu estava desativada e fazia parte da mina do Córrego do Feijão. Ele faz parte do Complexo Minerador Paraopeba, de propriedade da empresa Vale.

São duas barragens que têm o objetivo de conter os rejeitos finos oriundos do tratamento do minério, reservando água para o reaproveitamento no processo industrial.

A barragem I do Feijão foi implantada em 1976 e tinha o objetivo de separar as impurezas para aumentar o valor comercial do minério de ferro. No processo de separação, ficam os rejeitos que devem ser barrados para não seguirem até o rio da região.

Para isso, são construídos diques em alteamentos de terra, a chamada barragem a montante, onde também são inseridos tapetes drenantes, com o intuito de eliminar a água armazenada no interior da barragem.

Trata-se do método mais barato e comum no Brasil, formando uma espécie de praia com resíduos da mineração, como ferro, sílica e água. No entanto, é bem sensível a qualquer vibração.

Rompimento da barragem de Brumadinho

No dia 25 de janeiro de 2019, a barragem I da mina do Córrego do Feijão desabou, causando um verdadeiro “tsunami” de rejeitos sobre a comunidade local e também em distritos aos arredores de Brumadinho. Foram 11,7 milhões de metros cúbicos, um mar de lama que causou mortes, destruição e prejuízos incalculáveis no meio ambiente.

No momento do rompimento da barragem, as sirenes de alerta não foram acionadas, fato que contribuiu imensamente para a contagem final de 250 mortos. Um desastre ambiental que disseminou animais, plantas, árvores, contaminando rios e ceifando vidas de famílias inteiras, ou seja, uma catástrofe ecológica.

De acordo com a Vale, a barragem I rompeu-se e transbordou a outra. A empresa contabilizou perdas na ordem de R$ 19 bilhões, mas o maior prejuízo ficou com a população e meio ambiente com danos praticamente irreparáveis que indenização nenhuma será capaz de suprir.

Vítimas barragem de Brumadinho

O número de vítimas chegou a 250 mortos e 20 desaparecidos, mas até hoje a equipe de bombeiros faz buscas no local. As perdas foram bem além em razão das vítimas que perderam tudo, inclusive parentes. Propriedades rurais foram devastadas, criações ficaram embaixo da lama, rios contaminados e peixes morreram, ou seja, a região foi praticamente devastada, ficando totalmente poluída.

A identificação dos corpos foi demorada e muita gente que faleceu era funcionário da Vale. Centenas estavam no refeitório no momento do rompimento e não tiveram nenhuma reação diante do mar de lama.

O resgate contou com a participação do Corpo de Bombeiros, Exército Brasileiro, Exército Israelense, voluntários, Força Aérea Brasileira, Defesa Civil, entre outros órgãos. Foi uma verdadeira mobilização nacional e internacional, com a doação de alimentos, água, roupas e cobertores.

Causas do rompimento da barragem de Brumadinho

Apesar da gravidade do acidente e da magnitude do desequilíbrio ambiental, as causas do rompimento ainda não foram totalmente identificadas. Por enquanto, existem apenas investigações e suposições.

Uma delas é que tenha ocorrido a liquefação no solo, ou seja, uma pressão na estrutura, levando ao problema. Outra suspeita é que explosões com dinamites ocorridas perto do local tenham influenciado no rompimento. A Vale nega.

O que se sabe é que a barragem I do córrego do Feijão estava desde 2016 sem fiscalizações por parte da Agência Nacional de Mineração [ANM]. A Vale contava com normas de segurança internacionais e assegura que respeitava todos os procedimentos.

Após o acidente ambiental, o Ministério Público Federal recomendou ao Ibama, Secretaria do Meio Ambiente de Minas Gerais e ANM que não concedam novas licenças ambientais para barragens que utilizem a técnica de alteamento a montante.

Uma Comissão Parlamentar de Inquérito [CPI] também foi aberta no Senado para investigar as causas do acidente, sendo presidida pela senadora Rose de Freitas [PODE-ES]. Após quase seis meses de análises, 14 pessoas foram indiciadas, como engenheiros e executivos da Vale.

Impactos ambientais do rompimento da barragem de Brumadinho

Os danos ambientais ocasionados pelo rompimento da barragem de Brumadinho vão levar décadas para serem recuperados, afetando negativamente na sustentabilidade. O mar de lama com resíduos da mineração devastou 133,27 hectares de Mata Atlântica, matou centenas de gados, plantas, plantações, além de ter contaminado o rio Paraopeba, um dos afluentes do São Francisco.

O Ibama chegou a multar a Vale em R$ 250 milhões, mas o valor é pequeno perto das consequências negativas causadas pelo acidente. A água do rio, por exemplo, que antes era consumida por animais, ficou imprópria, reduzindo a disposição de oxigênio. Apesar disso, a Vale assegura que a lama não era tóxica.

O solo teve suas características naturais afetadas, afetando negativamente na fertilidade da terra. Trata-se de um problema que acontece no Brasil desde 1986 e que esbarra principalmente na deficiência da fiscalização do governo federal, já que são apenas 154 funcionários para darem conta de 24 mil reservatórios espalhados pelo Brasil.

Rompimento da barragem em Mariana

O rompimento da barragem de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, aconteceu três anos após o mesmo problema ter atingido a barragem de Mariana, situada ao lado de Ouro Preto [MG].

A tragédia de Mariana foi em novembro de 2015 e deixou um saldo de 15 mortos, entre moradores e funcionários da empresa Samarco, uma das muitas controladas pela própria Vale.

Assim como na região de Brumadinho, o solo e a água foram contaminados e o Rio Doce foi o mais afetado, tendo a fauna e flora aquáticas praticamente destruídas pelos resíduos da mineração.

Como você pôde perceber, o assunto é de extrema importância e faz parte do noticiário recente, ou seja, certamente questões referentes ao rompimento da barragem de Brumadinho estarão presentes no Enem ou demais vestibulares. Fique atento a esse assunto e mantenha-se bem informado!

E aí, quer se sair muito bem no Enem e vestibulares? Então conheça agora mesmo o nosso plano de estudo e comece já a se preparar!

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