O Conselheiro Eficaz, no desempenho de suas atribui��es legais, precisa superar o senso comum e o comodismo burocr�tico, ocupando os novos espa�os de a��o social com criatividade e perseveran�a. Para ser um conselheiro eficaz deve incorporar em suas a��es o compromisso com o bom resultado.
Lembre-se:
Desafios do Conselho Tutelar
Ser mais que:
� Porta-voz de den�ncias ➜ Saber entender e resolver problemas.
� Testemunha de situa��es sociais cr�ticas ➜ Tornar-se uma refer�ncia comunit�ria segura e respeitada.
� Funcion�rio de escrit�rio ➜ Ajudar a criar um movimento compartilhado de a��es sociais eficazes.
Pais, m�es, tios, irm�os. Crian�as e adolescentes. Ju�zes, promotores, delegados, professores. M�dicos, dirigentes de institui��es particulares, padres. Prefeitos, secret�rios municipais, l�deres comunit�rios. Assistentes sociais, psic�logos, vizinhos, parentes...
Esta � uma lista sem fim. O conselheiro tutelar, para desempenhar o seu trabalho, precisa relacionar-se com toda essa gente. N�o � f�cil. N�o � imposs�vel. � necess�rio.
Para facilitar o seu trabalho, o conselheiro tutelar deve estar sempre atento a isso e desenvolver habilidades imprescind�veis:
- de relacionamento com as pessoas;
- de conviv�ncia comunit�ria;
- de organiza��o do trabalho social.
O conselheiro tutelar deve ser um construtor, um organizador, um persuasor permanente, com a��es que combatam os pequenos atos malfeitos, improvisados, impensados e de horizonte curto. E, principalmente, com um trabalho que incorpore genuinamente o alerta de D. Paulo Evaristo Arns: n�o adianta a luta intensa por novas estruturas organizacionais, sem a luta profunda por novos comportamentos.
O que fazer?
Como agir para n�o permitir que o dia-a-dia do Conselho Tutelar naufrague na mesmice, no formalismo, na acomoda��o?
A utiliza��o das capacidades e dos recursos gerenciais, destacados a seguir, pode ser um bom come�o:
- Capacidade de Escuta:Saber ouvir e compreender as necessidades, demandas e possibilidades daqueles que precisam dos servi�os do Conselho Tutelar. N�o permitir que os preconceitos, o paternalismo ou a f�cil padroniza��o de atendimentos impe�am o correto entendimento de uma situa��o pessoal e social espec�fica. Cada caso � um caso. Cada pessoa � uma pessoa. E tem direito a um atendimento personalizado, de acordo com suas particularidades...
- Definir hor�rio para atendimento.
- Atender em local reservado, garantindo a privacidade das pessoas.
- Ouvir com serenidade e aten��o a situa��o exposta.
- Em caso de d�vida, procurar saber mais.
- Fazer perguntas objetivas.
- Registrar por escrito as informa��es importantes.
- Orientar as pessoas com precis�o. De prefer�ncia, por escrito.
- Usar linguagem clara e orienta��es escritas.
- Capacidade de Fala:Saber conversar com o outro, expor com clareza suas ideias e ouvir com aten��o as ideias do outro. O contato com os cidad�os e com as autoridades p�blicas e privadas que podem trazer solu��es para suas demandas deve ser sereno, conduzido em linguagem respeitosa. � imprescind�vel o uso de argumentos racionais e informa��es precisas. N�o permitir a "dramatiza��o" de situa��es para impressionar ou intimidar as pessoas. Conversar para entender, fazer entender e resolver.
- Organizar com anteced�ncia a conversa:
- O que se quer alcan�ar.
- Como conseguir.
- Com quem conversar.
- Como conversar / Quais argumentos utilizar.
- Marcar com anteced�ncia o hor�rio para a conversa. Ser pontual, educado e objetivo.
- Ilustrar os argumentos, sempre que poss�vel, com dados num�ricos ou depoimentos objetivos das pessoas diretamente envolvidas na situa��o em discuss�o.
- Registrar por escrito os resultados da conversa.
- Fazer perguntas objetivas.
- Registrar por escrito as informa��es importantes.
- Orientar as pessoas com precis�o. De prefer�ncia, por escrito.
- Usar linguagem clara e orienta��es escritas.
- Acesso a Informa��o:Saber colher e repassar informa��es confi�veis. � importante que o maior n�mero de pessoas tenha acesso a informa��es �teis para a promo��o e defesa dos direitos das crian�as e adolescentes. � um erro reter informa��es, bem como divulg�-las incorretas ou de proced�ncia duvidosa [boatos], podendo induzir as pessoas a erros de ju�zo e de atua��o diante dos fatos. Incentivar a circula��o de informa��es de qualidade. Combater a circula��o de boatos, preconceitos, disse-que-disse.
- Buscar informa��es diretamente no lugar certo.
- Confirmar a corre��o da informa��o.
- Divulgar as informa��es de interesse coletivo.
- Buscar meios criativos para divulga��o das informa��es: jornais; boletins; murais; cartazes; programas de r�dio; missas; servi�os de alto-falantes; carros de som; reuni�es.
- Acesso aos Espa�os de Decis�o:Saber chegar �s pessoas que tomam decis�es: prefeitos, secret�rios, ju�zes, promotores, dirigentes de entidades sociais e servi�os de utilidade p�blica. Ir at� uma autoridade p�blica, e buscar junto a ela solu��es para um problema comunit�rio, � um direito inerente � condi��o de cidad�o e de conselheiro. N�o permitir que esse tipo de contato seja intermediado por "padrinhos" ou "pistol�es" e transforme-se em "favor".
- Solicitar antecipadamente uma audi�ncia ou reuni�o.
- Identificar-se como cidad�o e conselheiro tutelar.
- Antecipar o motivo da audi�ncia ou reuni�o.
- Comparecer ao compromisso na hora marcada.
- Comparecer ao compromisso, sempre que poss�vel, acompanhado de outro conselheiro. Isso evita incidentes e entendimento distorcido ou inadequado do que foi tratado.
- Registrar por escrito os resultados da audi�ncia/reuni�o.
- Capacidade de Negocia��o:Saber quando ceder ou n�o ceder frente a determinadas posturas ou argumentos das pessoas que tomam decis�es, sem que isso signifique deixar de lado o objetivo de uma reuni�o ou adiar indefinidamente a solu��o de uma demanda comunit�ria. Numa negocia��o � fundamental que as partes se respeitem e n�o se deixem levar por quest�es paralelas que desviem a aten��o do ponto principal ou despertem rea��es emocionais e ressentimentos.
- Utilizar plenamente sua capacidade de interlocu��o.
- Ter claro o objetivo central da negocia��o.
- Identificar, com anteced�ncia, os caminhos poss�veis para alcan�ar seu objetivo central, a curto, m�dio e longo prazos.
- Prever os argumentos do seu interlocutor e preparar-se para discuti-los.
- Ouvir os argumentos do seu interlocutor e apresentar os seus contra-argumentos, com serenidade e objetividade.
- Evitar atritos, provoca��es, insinua��es e conflitos insuper�veis.
- Usar de bom senso, sempre.
- Administra��o de Tempo:Saber administrar eficientemente o tempo permitir� ao conselheiro um equil�brio melhor entre a vida profissional e pessoal, melhorando a produtividade e diminuindo o estresse. O tempo � um bem precioso - talvez o mais precioso do ser humano - dado o seu car�ter de recurso n�o renov�vel. Uma oportunidade perdida de utiliza��o do tempo com qualidade n�o pode ser recuperada.
- Organizar os postos de trabalho [sala, mesa, arquivos etc.]. Dar outra utilidade [doar, remanejar] ao que n�o tem mais serventia no seu posto de trabalho e jogar fora tudo o que � imprest�vel.
- Melhorar o sistema de arquivamento. Arquivar tudo aquilo que n�o � de uso constante.
- Guardar as coisas [materiais, documentos etc.] de uso constante em locais de r�pido e f�cil acesso.
- Reorganizar os postos de trabalho ao final de cada dia. N�o deixar bagun�a para o dia seguinte.
- Identificar os pontos cr�ticos de desperd�cio de tempo e buscar super�-los com um melhor planejamento e com mais objetividade.
- N�o abandonar os momentos de lazer e as coisas que gosta de fazer. Eles s�o fundamentais para preservar sua sa�de mental.
- Utilizar o tempo dispon�vel para a capacita��o profissional: ler, estudar, adquirir novas habilidades e informa��es.
- Reuni�es Eficazes:Saber organizar e conduzir reuni�es de trabalho � vital para o dia-a-dia do Conselho Tutelar. � importante faz�-las com planejamento, objetividade e criatividade. Quando bem organizadas e conduzidas, as reuni�es tornam-se poderosos instrumentos de socializa��o de informa��es, troca de experi�ncias, decis�es compartilhadas, alinhamento conceitual, solu��o de conflitos e pend�ncias.
- Confirmar primeiro a necessidade da reuni�o.
- Definir uma pauta clara, curta e objetiva.
- Dimensionar o tempo necess�rio para o equacionamento da pauta. Evitar reuni�es com pautas imensas e, consequentemente, longas, �s vezes intermin�veis.
- Ter clareza de quem realmente deve participar da reuni�o. As demais pessoas poder�o ser informadas ou ouvidas de outras maneiras. Fazer reuni�es e n�o assembleias.
- Informar aos participantes da reuni�o, com anteced�ncia: pauta, hor�rio, local, data, tempo previsto para reuni�o.
- Come�ar a reuni�o na hora marcada. N�o esperar retardat�rios. Criar disciplina.
- Controlar o tempo da reuni�o, das exposi��es, dos debates. Buscar concis�o.
- Zelar pelo direito de participa��o de todos. Incentivar a participa��o dos mais t�midos, sem for��-los a falar.
- Evitar conversas paralelas. Combater a dispers�o.
- Fazer, ao final de cada reuni�o, uma s�ntese do que foi tratado e decidido. Registrar e socializar os resultados.
- Elabora��o de Textos:Saber comunicar-se por escrito � fundamental para um conselheiro. � preciso clareza, linguagem correta, objetividade e eleg�ncia na elabora��o de textos [relat�rios, of�cios, peti��es etc.]. N�o � preciso - e est� fora de moda - o uso de linguagem rebuscada, cerimoniosa, cheia de voltas. Ser sucinto e ir direto ao assunto s�o qualidades indispens�veis.
- Ter claro o objetivo e as informa��es essenciais para elabora��o do texto.
- Fazer um pequeno roteiro para orientar/organizar o trabalho de escrever.
- Perseguir: clareza, ordem direta das ideias e informa��es, frases curtas.
- N�o dizer nem mais nem menos do que � preciso.
- Usar os adjetivos e adv�rbios necess�rios. Evitar adjetiva��o raivosa e, na maioria das vezes, sem valia.
- Combater sem tr�guas o exagero e a desinforma��o.
- Reler o texto: cortar palavras repetidas, usar sin�nimos ou mudar a frase.
- Evitar g�rias, jarg�es t�cnicos, clich�s, express�es preconceituosas ou de mau gosto.
- Se a primeira frase do texto n�o levar � segunda, ele certamente n�o ser� lido com interesse.
- Criatividade Institucional e Comunit�ria:Saber exercitar a imagina��o pol�tica criadora no sentido de garantir �s a��es desenvolvidas para o atendimento � crian�a e ao adolescente n�o apenas maturidade t�cnica, mas o m�ximo poss�vel de legitimidade, representatividade, transpar�ncia e aceitabilidade. Saber empregar de forma criativa os recursos humanos, f�sicos, t�cnicos e materiais existentes, buscando qualidade e custos compat�veis.
- Organizar o trabalho: hor�rios, rotinas, tarefas.
- Trabalhar em equipe.
- Trabalhar com disciplina e objetividade.
- Buscar sempre o melhor resultado.
- Prestar contas dos resultados � comunidade.
- Buscar solu��es alternativas quando as solu��es convencionais se mostrarem invi�veis.
- Incentivar outras pessoas a "pensar junto", a se envolverem na busca de solu��es para uma situa��o dif�cil.
- Fundamentar corretamente as decis�es tomadas, para assegurar um bom entendimento por parte de todos os envolvidos.
- Criar um clima saud�vel no trabalho. Investir na confian�a e na solidariedade.
- Estudar. Buscar conhecer e trocar experi�ncias.
- Criatividade � aprendizado. Surge do encontro da percep��o de todos. Seja um integrador. Seja atento e antenado com o que vai pelo mundo.
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� [02/04/2019] CONSELHO TUTELAR - Guia de Orienta��o do Processo de Escolha
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� Conselho Municipal dos Direitos da Crian�a e do Adolescente e Conselho Tutelar [2007]
� Conselho Tutelar - Informa��es B�sicas
� Trabalho Infantil - Manual de Atua��o do Conselho Tutelar [MPT - 2013]
Refer�ncias: [links externos]
� Funda��o Telef�nica - Promenino